domingo, 21 de março de 2010

Começa a greve das professoras e professores no dia internacional da mulher.


Em assembléia realizada no dia 5 de março de 2010, com mais de dez mil professoras e professores do Estado de São Paulo, em frente à Secretaria Estadual de Educação, foi aprovado por unanimidade o início da greve da Educação, que terá inicio no emblemático dia internacional da mulher, realizado anualmente em 08 de março de cada ano.

Independentemente da polêmica sobre a origem do dia internacional das Mulheres, nas datas apontadas, o corte de classe está sempre presente nas referências apontadas.

Hoje, essas datas fazem parte integrante das grandes mobilizações no mundo inteiro, apesar de novos estudos e releituras sobre os fatos históricos e sua contextualização histórica.

A data de 1857, faz menção clara ao “embate da luta de classe, ao massacre contra as mulheres e a opressão patronal”, que independe de referência histórica para que seja efetivamente uma verdade inconteste.

A outra data faz alusão a uma greve geral que teria começado em 20 de novembro de 1909.
Como observamos, as duas datas tem os reais componentes da luta de classe e fictícia ou não a luta por mudança e transformação é uma constante no cotidiano das mulheres em nível mundial.

Neste dia 8 de março de 2010, vários movimentos destacam os 100 anos de luta e resistência das mulheres no mundo inteiro:

“Há exatos 100 anos, a socialista alemã Clara Zetkin propôs, durante a 2a Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, realizada em Copenhagen, na Dinamarca, a criação de um Dia Internacional da Mulher. Havia alguns anos, diferentes datas eram marcadas por jornadas de luta feminista, organizadas sobretudo em torno da defesa do voto feminino e da denúncia contra a exploração e opressão das mulheres. A partir daí, as comemorações começaram a ter um caráter internacional. Um século se passou e hoje, em todo o mundo, o dia 8 de março é uma data de celebração e afirmação da luta das mulheres por igualdade, autonomia e liberdade”. (Movimento feminista celebra 100 anos do Dia Internacional da Mulher; parte do texto publicado no site do Psol-sp).

Ao longo da história da humanidade, as mulheres passaram por várias experiências históricas, no matriarcado, na submissão “aos seus maridos na Grécia antiga”, na submissão religiosa no período medieval, na ação libertária em várias partes do mundo e mais recentemente, nos últimos 100 anos, conquistaram várias reivindicações, como o direito ao voto, liberdade e igualdade parcial na sexualidade, melhores condições sociais no trabalho, no direto de decidir sobre seu corpo, na ampliação da participação política mundial, dentre outras.

Entretanto, o assédio, a diferença salarial, a dupla e tripla jornada de trabalho, o machismo, o preconceito com a mulher negra, a agressão física e a morte precoce ainda é uma constante realidade.

Em março de 2008 o boletim da secretaria de Mulheres do PSOL publicou os seguintes dados:

“-As mulheres recebem em média 31% menos que os homens na mesma função;
-O Salário Médio das mulheres negras é de R$533,58, contra R$ 827,89 recebido pelas brancas;
-Em 2005, 33% da força de trabalho feminina concentrava-se em trabalhos precários, sendo que mais da metade delas eram empregadas domesticas;
-No setor de serviços, 54% das mulheres não têm carteira assinada”.

Ainda segundo pesquisa da Fundação Perseu Abramo, a cada 15 segundos uma mulher é espancada no Brasil.

Simbolicamente a data de 8 de março de 2010, será marcada por uma potente greve cuja maioria dos profissionais é de mulheres. A greve do magistério do estado de São Paulo, onde o percentual é de aproximadamente 85%. Nesse dia 8 de março, inicia-se essa grande greve como resposta sobre as precárias condições de trabalho das mulheres no mundo inteiro, particularmente das educadoras do Estado de São Paulo, maior estado brasileiro.

Essa greve das professoras e professores é por aumento salarial, emprego, melhoria das condições de trabalho, valorização profissional e defesa da escola pública, hoje, sucateada pelo governo do PSDB.

Nesse contexto, fazemos um chamado às mulheres do mundo inteiro para que possamos enquanto gênero e classe lutarmos contra todas as formas de preconceito, exclusão, violência e submissão, sempre presente e inerente ao sistema capitalista e juntos (as) construirmos uma nova sociedade onde homens e mulheres possam viver a igualdade e a liberdade em sua plenitude.

“Há todo um velho mundo ainda por destruir e todo um novo mundo a construir. Mas nós conseguiremos, jovens amigos, não é verdade?”
Rosa Luxemburgo

A União das Mulheres do mundo inteiro é imprescindível!!!


Aldo Santos: Sindicalista, Membro da corrente política TLS, Presidente da Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo, Membro do Diretório Nacional e Executiva do PSOL-SP.(05/03/2010)

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