JARDIM
FALCÃO E ACAMPAMENTO SANTO DIAS: A LUTA POR MORADIA CONTRA OS ESPECULADORES E A
REPRESSÃO ESTÁ NA NOSSA MEMÓRIA.
No
mês de julho, dois grandes movimentos de luta por moradia fazem parte do
“calendário oficial” da história da cidade de São Bernardo do campo.
O
primeiro foi à reintegração de posse do Jardim Falcão, realizada no dia 22 de
julho de 1998, onde a estrada do Alvarenga se transformou numa Praça de Guerra.
Na ocasião juntamente com outros parlamentares participamos ativamente da luta
contra aquele ato repressor, que contou com a complacência do até então
Prefeito Mauricio Soares.
Foi
uma tragédia social e até hoje os moradores continuam na rua da amargura sem
nenhuma solução plausível por parte do poder público municipal. Faltou vontade
política para evitar a referida reintegração de posse, uma vez que grande parte
da cidade está situada em área de proteção manancial.
Outro
grande movimento de repercussão nacional foi a ocupação do acampamento Santo
Dias, realizado no dia 18 de julho de 2003, numa área ociosa de propriedade da Volkswagen
do Brasil, onde hoje está
instalado o depósito das casas Bahia na Avenida Dr. José Fornari em SBCampo.
Foram
aproximadamente sete mil ocupantes que ergueram suas barracas e sonharam com a
possibilidade concreta da casa própria. Na ocasião a presidência da República,
o governo do Estado de São Paulo e o prefeito do Município se
posicionaram contra o movimento, levando então à violenta
reintegração de posse pela policia militar do Estado de São Paulo.
Indiscutivelmente
foi uma grande ocupação popular e uma espécie de laboratório do MTST, no
tocante a ocupação urbana. Nesse movimento fui vitima de três processos
que até hoje se arrastam nos tribunais. Fui vítima de um linchamento público e
político além de ser criminalizado politicamente. Esse é o preço da tomada de
partido ao lado dos oprimidos: sem teto e de toda classe trabalhadora. Esses
dois movimentos apontam para a necessidade de políticas públicas, por exemplo:
moradias populares urgentes, uma vez que o déficit habitacional no município
está em torno de 50 mil casas, segundo projeção do movimento sem
casa.
O
projeto “minha casa minha dívida”, resolveu o problema dos especuladores
imobiliários e das empresas que estão lucrando, enquanto os moradores de
baixa renda continuam sem teto e sem terra em nosso país. Para dialogar,
debater e responder aos atos de violência institucional contra os empobrecidos
pelo capitalismo é que precisamos preservar a memória dessas lutas,
divulgando e transmitindo às novas gerações como os burgueses tratam da acumulação
das riquezas e do poder, em detrimento do sofrimento da maioria esmagadora da
classe trabalhadora.
DIA
30 ÀS 19 HORAS VENHA DEBATER ESSES CONFLITOS E A LUTA PELA TERRA NO BRASIL.
AVENIDA
FRANCISCO PRESTES MAIA, 233, CENTRO DE SBCAMPO.
ALDO
SANTOS. MILITANTE DAS LUTAS SINDICAIS, POPULARES E ESTUDANTIS.
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