Em 17 de abril de 1997, em sua última entrevista Paulo Freire afirmou: "... Eu morreria feliz se eu visse o Brasil cheio em seu tempo histórico de marchas. Marcha dos que não tem escola, marcha dos reprovados, marchas dos que querem amar e não podem, marcha dos que recusam a uma obediência servil, marcha dos que se rebelam, marcha dos que querem ser e estão proibidos de ser.
...Eu acho que as marchas são andarilhagens históricas pelo mundo ...O meu desejo, o meu sonho como eu disse antes é que outras marchas pela superação da sem-vergonhice que se democratizou terrivelmente nesse pais. Essas marchas nos afirmam como gente, como sociedade, e querendo democratizar-se.
Eu estou absolutamente feliz por estar vivo ainda e ter acompanhado essa marcha (Marcha dos sem terras) que como outras marchas históricas revelam o ímpeto da vontade amorosa de mudar o mundo.”
http://alebiet.blogspot.com.br/2011/08/marchas-paulo-freire.html De fato quando o povo se põe em movimento as mudanças ocorrem, os conflitos aparecem e a coragem coletiva rompe o ritual de aparente imutabilidade. Acertadamente Rosa Luxemburgo proclama: "Quem não se movimenta, não sente as correntes que o prendem"
Entendo que as greves, assim como as marchas, representam um momento singular e necessário onde põe a nu o estado burguês e representa uma radical explosão imaginária e de consciência de classe no processo estratégico de transformação social.
Parafraseando Paulo Freire, eu diria que: O povo viveria feliz se no mundo todo ocorressem greves permanentemente. Greves econômicas, greves de natureza política, de defesa das bandeiras de gênero, etnia e minorias, contra os limites e o cercamento imposto pelo capitalismo, pois é na greve que se confronta com maior tenacidade o antagonismo de classe, a consciência do “valor dos trabalhadores” e as rupturas necessárias como síntese histórica da transformação revolucionária.http://professoraldosantos.blogspot.com.br/2013/03/greves-e-marchas-sempre.html
A defesa de uma greve cumpre dois princípios básicos da classe trabalhadora: é um momento de luta por conquistas e melhorias das condições salariais e de trabalho, além da politização, união e organização conforme expressa o enunciado do texto a seguir: “Um dos mais importantes textos políticos do século XIX inicia com a frase “um espectro ronda a Europa: o espectro do comunismo”. Trata-se do Manifesto Comunista, de Marx e Engels, e seu famoso chamado para a união de todos os trabalhadores do mundo para se oporem ao domínio da burguesia. Outro fundamento é a união e conscientização da classe conforme texto escrito por Lênin, um dos grandes líderes revolucionários do século XX onde afirma: “... as greves ensinam os operários a unirem-se; as greves fazem-nos ver que somente unidos podem aguentar a luta contra os capitalistas; as greves ensinam os operários a pensarem na luta de toda a classe patronal e contra o governo autocrático e policial. Exatamente por isso, os socialistas chamam as greves de "escola de guerra", escola em que os operários aprendem a desfechar a guerra contra seus inimigos, pela emancipação de todo o povo e de todos os trabalhadores do jugo dos funcionários e do jugo do Capital. Mas a “escola de guerra” ainda “não é a própria guerra”.
https://www.marxists.org/portugues/lenin/1899/mes/greves_ga.htm A centralidade dessa greve geral é lutar contra a reforma da Previdência, da reforma trabalhista, das terceirizações e contra a aplicação da reforma do ensino médio, dentre outros ataques.
Devemos ainda lutar contra a corrupção e o mar de lama que a burguesia e seus partidos coniventes vêm transformando o país ha décadas.
Mais do que nunca devemos acrescentar a nossa pauta de ação o Fora Temer e sua quadrilha palaciana, com diretas já, pois a maioria esmagadora dos deputados federais estão comprometidos do ponto de vista ético/moral e o senado deveria deixar de existir, pois em nada acrescenta a política brasileira. Defendo um congresso unicameral!
Prefiro a ideia de marchar, do que “parar o Brasil”, pois parados já estamos,com a estagnação da economia, quase 14 milhões de desempregados, milhares de famélicos, na sua maioria dominados pelos meios de comunicação ou pela ideologia religiosa da teologia da prosperidade (prosperidade para os pastores).
Precisamos sim entrar em movimento, com atos, passeatas, protestos, marchas, greve geral por tempo indeterminado até conseguirmos o que pleiteamos.
Em relação a operação lava jato, é preciso apurar até as últimas consequências todo tipo de roubo do erário público ou em nome dele, confiscar os bens e prisão aos condenados. A lava jato é aponta do iceberg de uma pátria saqueada historicamente pelos “donos do poder”, e ao mesmo tempo, abre caminho para politizarmos a indignação de todos e todas levando ao empoderamento da classe para passarmos esse país a limpo.
LUTAR E VENCER É PRECISO!
ALDO SANTOS- EX-VEREADOR EM SBCAMPO, PRESIDENDE DA APROFFIB, VICE PRESIENETE DA APROFFESP E MEMBRO DA EXECUTIVA ESTADUAL DO PSOL-SP
É um guerreiro incansável e com o domínio da nossa Língua como poucos
ResponderExcluirAdoro ler suas postagens