terça-feira, 29 de março de 2016

UMA SEMANA DECISIVA PARA O GOVERNO

UMA SEMANA DECISIVA PARA O GOVERNO

Com a política de aliança estabelecida pelo Partido dos Trabalhadores, antes e durante  sua chegada ao governo era previsível que os interesses  espúrios alterassem a lógica da governabilidade. Mesmo diante das críticas dos setores de esquerda, este casamento com as  forças reacionárias que compõe este governo, na macro e micro estrutura política administrativa, ao longo se sua existência, se encontra em estado terminal.
Com a saída do PMDB da base de sustentação do governo, Dilma caminha para o matadouro, caso não haja novos fatos nos trilhos da conjuntura política. Na prática, as ditas instituições caminham lenta, gradual e segura para o impedimento da presidenta que está degustando o próprio veneno, ao privilegiar suas alianças com a direita clássica  em detrimento da pauta de reivindicação dos movimentos sociais e dos setores de esquerda que ao longo desse período alertava para esse golpe dentro do golpe .
Os dias no governo estão se afunilando e por mais solidariedade que os militantes expressem nas ruas, o conluio está formado e de certa forma deliberado para o efetivo gerenciamento de um novo governo liderado pelo PMDB e seu arco de alianças e acordos  historicamente consolidados.
Ou o governo radicaliza nos meandros das instituições com forte apoio popular, ou concretamente o retrocesso tomará conta novamente da sociedade por vários anos, colocando em risco algumas conquistas que foram empurradas pela esquerda e movimentos sociais neste governo.
Não concordar com o golpe é uma sinalização de um passo atrás para darmos dois passos à frente, conforme preconizava Lênin, numa conjuntura distinta, de comunismo de guerra para uma nova política econômica. Não basta bravatas da presidenta ou dos movimentos sociais afirmando que não vai ter golpe, pois o mesmo esta avançando a largos passos no campo  institucional que a burguesia  domina há séculos.
Ao falarmos de golpe, temos vários exemplos e modalidades, desde a clássica ruptura institucional com o fechamento de congresso e as forças armadas liderando o processo, até golpes como de Manuel  Zelaya, em 28 de junho de 2009, em Honduras,ou o golpe relâmpago em janeiro de 2012 de Fernando  Lugo no Paraguai,  ou até mesmo  o exemplo como o impedimento de Collor em  1992.
Hoje tudo indica que o impedimento terá respaldo das instituições com os verde-amarelos  nas ruas dando sustentação ao ritual de afastamento   infundado da presidenta Dilma. O governo deve operar  em duas frentes, com a mobilização popular de um lado para se contrapor a ofensiva de todos os setores reacionários irmanados, e, operar  junto ao STF na tentativa de obstrução institucional para tentar impedir o rito de cassação em curso. Caso contrário, no campo deles, com o juiz, a bola e a torcida, é uma questão de tempo para a consumação de mais um golpe nos ditos moldes Republicano.

Lutar e vigiar é preciso!


Aldo Santos-Militante dos movimentos sindical, popular e partidário.

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