UMA SEMANA DECISIVA
PARA O GOVERNO
Com a política
de aliança estabelecida pelo Partido dos Trabalhadores, antes e durante sua chegada ao governo era previsível que os
interesses espúrios alterassem a lógica da
governabilidade. Mesmo diante das críticas dos setores de esquerda, este
casamento com as forças reacionárias que
compõe este governo, na macro e micro estrutura política administrativa, ao
longo se sua existência, se encontra em estado terminal.
Com a saída do
PMDB da base de sustentação do governo, Dilma caminha para o matadouro, caso
não haja novos fatos nos trilhos da conjuntura política. Na prática, as ditas
instituições caminham lenta, gradual e segura para o impedimento da presidenta
que está degustando o próprio veneno, ao privilegiar suas alianças com a
direita clássica em detrimento da pauta
de reivindicação dos movimentos sociais e dos setores de esquerda que ao longo
desse período alertava para esse golpe dentro do golpe .
Os dias no
governo estão se afunilando e por mais solidariedade que os militantes expressem
nas ruas, o conluio está formado e de certa forma deliberado para o efetivo gerenciamento
de um novo governo liderado pelo PMDB e seu arco de alianças e acordos historicamente consolidados.
Ou o governo
radicaliza nos meandros das instituições com forte apoio popular, ou
concretamente o retrocesso tomará conta novamente da sociedade por vários anos,
colocando em risco algumas conquistas que foram empurradas pela esquerda e movimentos
sociais neste governo.
Não concordar
com o golpe é uma sinalização de um passo atrás para darmos dois passos à
frente, conforme preconizava Lênin, numa conjuntura distinta, de comunismo de
guerra para uma nova política econômica. Não basta bravatas da presidenta ou
dos movimentos sociais afirmando que não vai ter golpe, pois o mesmo esta
avançando a largos passos no campo institucional
que a burguesia domina há séculos.
Ao falarmos de
golpe, temos vários exemplos e modalidades, desde a clássica ruptura institucional
com o fechamento de congresso e as forças armadas liderando o processo, até
golpes como de Manuel Zelaya, em 28 de
junho de 2009, em Honduras,ou o golpe relâmpago em janeiro de 2012 de Fernando Lugo no Paraguai, ou até mesmo
o exemplo como o impedimento de Collor em 1992.
Hoje tudo
indica que o impedimento terá respaldo das instituições com os verde-amarelos nas ruas dando sustentação ao ritual de
afastamento infundado da presidenta Dilma.
O governo deve operar em duas frentes,
com a mobilização popular de um lado para se contrapor a ofensiva de todos os
setores reacionários irmanados, e, operar
junto ao STF na tentativa de obstrução institucional para tentar impedir
o rito de cassação em curso. Caso contrário, no campo deles, com o juiz, a bola
e a torcida, é uma questão de tempo para a consumação de mais um golpe nos ditos
moldes Republicano.
Lutar e vigiar é preciso!
Aldo Santos-Militante dos movimentos
sindical, popular e partidário.
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