segunda-feira, 30 de abril de 2012

Todas e todos ao ato do 1º de maio na Praça da Sé

Todas e todos ao ato do 1º de maio na Praça da Sé Este 1º de maio, 2012, tem um traço especial para todos nós que lutamos contra a exploração e opressão. Traz a marca da resistência que sai às ruas na Europa, no Norte da África e Oriente Médio ou na América por direito à vida, ao trabalho e ao lazer, à escola e à saúde, cultura, liberdade de organização e de expressão. Essa iniciativa é fundamental e tem que começar o quanto antes. Seja em Fortaleza, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Natal, Vitória ou Belém do Pará, por exemplos, nosso grito de classe soe forte e levante alto as bandeiras e reivindicações populares. Em São Paulo estaremos realizando o 1º Maio com o Ato Público na Praça da Sé e seguiremos em caminhada para a Praça da República aonde faremos o encerramento do 1º de maio. Contra a política econômica que apenas em 2011 retirou das políticas públicas R$ 240 bilhões e destinou para o pagamento de juros aos banqueiros e rentistas; contra a mudança do Código Florestal que permitirá uma escalada da destruição ambiental no Brasil; em defesa da reforma agrária, da moradia popular, do investimento de 10% do PIB na educação pública, pelo fim do fator previdenciário e acesso pleno à aposentadoria, por melhores condições de trabalho e salário, devemos resgatar o sentido histórico do 1º de Maio como Dia de luta da classe dos que vivem do trabalho. Enquanto alguns setores realizam grandes showmicios, com festas e sorteios de premios, financiados por bancos, estatais e grandes empresas, nosso 1º de Maio será um ato de resistência e luta, com independência, autonomia e disposição de construir uma sociedade ecossocialista (publicado no site do psol estadual-sp.30/04/2012)

domingo, 29 de abril de 2012

vamos a luta pelo cumprimento das cotas

Universidades de SP descartam cotas USP tem programas de inclusão de alunos de escola pública e não pretende adotar sistema 27 de abril de 2012 | 22h 13 Paulo Saldana - O Estado de S.Paulo Mesmo após o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir pela legalidade das cotas raciais, a USP não pretende adotar o sistema. Em 2009, quando assumiu a reitoria da USP, João Grandino Rodas afirmou que as cotas seriam "discutidas" no Conselho Universitário, mas o assunto só foi falado de forma marginal durante debate para reforma do programa de inclusão de alunos de escolas públicas na instituição. Calouros participam de aula na USP; ao assumir, reitor afirmou que discutiria cotas As universidades estaduais Paulista (Unesp) e de Campinas (Unicamp) também informaram que não vão adotar cotas. USP, Unesp e Unicamp defendem a prevalência do mérito na seleção, embora tenham ações de inclusão - sem, no entanto, reservar vagas. A ONG Educafro afirmou que vai entrar com uma ação na Justiça contra as três instituições para que o sistema seja adotado. O processo deverá ser protocolado até o dia 11 de maio. "Após a decisão do STF e da orientação expressa dos ministros, vamos entrar com ação de Obrigação de Fazer", afirma o presidente da Educafro, frei David dos Santos. "Único programa que provou eficiência na inclusão de negros é a cota. Se a USP provar que incluiu a mesma porcentagem de negros que a UERJ e UnB, eu mudo de opinião", afirmou. Quando Rodas foi escolhido reitor da USP, a Educafro comemorou. Rodas havia defendido as cotas em conversas com a ONG. Em entrevista ao Estado, no dia em que foi anunciado reitor, disse: "Realmente é necessário que a USP discuta cotas e outras coisas. Por essa razão, vamos levar essa problemática ao Conselho Universitário". A USP não informou a quantidade de negros matriculados. A universidade mantém o Programa de Inclusão Social (Inclusp), que dá bônus no vestibular a estudantes da rede pública. Neste ano, 28% dos novos alunos vieram de escolas públicas. Apesar de não adotar reserva de vagas, a Unicamp é a única que tem benefício específico para pretos, pardos e indígenas. Eles chegam a receber 7% de bônus na nota, cerca de 2 pontos porcentuais a mais que alunos de escola pública - também beneficiados. "Não existe nenhum indicador novo que nos leve a repensar nosso modelo", afirma o coordenador do vestibular da Unicamp, Mauricio Kleinke. No último vestibular, 8,9% dos matriculados na Unicamp vieram do grupo de pretos, pardos e indígenas - índice recorde. A Unesp também não soube informar a participação de negros entre os matriculados. A instituição foi a que mais incluiu alunos de escola pública: 41%.

sábado, 28 de abril de 2012

...Por unanimidade os presentes indicaram como pré-candidato a prefeito pelo Partido na cidade o Professor Alberto Ticianelli.

Filiados do Psol de Ribeirão Pires organizam o Diretório municipal e indicam pré-candidato a prefeito na cidade. Reunidos na tarde do dia 28/04/2012, filiados do partido debateram sobre a importância da organização partidária e formalizaram a composição do diretório Municipal. O diretório foi eleito com nove membros. Os membros do diretório constituíram uma executiva com seis militantes, a saber: Presidente- Eduardo Tavares Quirino; Secretária- Elisangela Pereira de Sousa; Tesoureiro- Jorge Erley; Coordenação de comunicação- Alberto Ticianelli Formação Politica-Ailton Massari; Comissão de Nucleação- Ailton Junior. Além da composição da executiva Municipal, por unanimidade os presentes indicaram como pré-candidato a prefeito pelo Partido na cidade o Professor Alberto Ticianelli. Brevemente a executiva vai encaminhar o debate sobre o plano de governo e coligações. O presidente do Partido de Mauá André Sapanos reafirmou a necessidade da realização do encontro regional do partido que em principio está propondo para o dia 20 de Maio, no período da manha com a presença do presidente nacional do partido, deputado federal Ivan Valente. Comunicado da TLS regional ABCDMR.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

COORDENAÇÃO DA APEOESP SE REUNE COM A DIRIGENTE DE ENSINO DE SBC.

Relato da Reunião da Coordenação da APEOESP - SBC com a Diretoria de Ensino em 24/04/2012. Têm chegado ao sindicato muitas reclamações sobre a falta de pagamento dos professores categoria “O”. A Dirigente reconheceu estes problemas e que toda reclamação dirigida ao sindicato, precisa ser encaminhada à Diretoria de Ensino, cuja responsável é a funcionária Lúcia que dará os devidos encaminhamentos. Em relação às unidades escolares com tempo integral, a dirigente reconhece que haverá mudanças, porém não soube detalhar os aspectos gerais da medida que será ainda redefinida. Segundo a Diretoria de Ensino, esse ano não houve o fechamento de sala de aula e sim abertura, conforme demanda apresentada pelo sindicato no final do ano passado. PROBLEMAS NAS ESCOLAS: 1 - Na Escola Estadual Célio Luiz Negrini: a dirigente reconheceu que existem problemas burocráticos e propôs a realização de um mutirão para acertar a situação dos professores que estão sendo penalizados com erros ou atrasos de pagamentos. Em relação ao episódio que levou ao afastamento do Vice-Diretor Dilvanir, a dirigente disse que se trata de um cargo de confiança da direção, sendo da responsabilidade da mesma a manutenção ou não no cargo. A professora Lourdes contestou essa medida e disse que a demissão do professor Dilvanir é um ataque a APEOESP, já que o mesmo é membro do Conselho Estadual de Representantes. O Sindicato se posicionou pelo democrático esclarecimento dos fatos, manutenção do programa escola da família e readmissão do mesmo. Falta ainda esclarecer o resultado da apuração preliminar da diretoria de ensino, bem como a apuração do ministério público, conforme noticiado pela imprensa. Sobre a reforma reivindicada pelos professores e a comunidade escolar, que levou o Sindicato a realizar um Ato Público em frente a essa unidade escolar; a mesma está sendo licitada e deve começar em breve. 2 - Em relação a escola Maria Osório, as obras estão em andamento, assim como as obras da quadra. 3 - Sobre o problema existente na EE Laudo Ferreira de Camargo Ministro, não obtivemos resposta se foram realizados os devidos reparos. 4 - Foi também solicitado esclarecimento sobre problemas de violência existentes na unidade escolar Yvone Frutuoso Prosdócimo, porém a diretoria de ensino ficou de fazer um levantamento e responder o ofício do sindicato encaminhado no mês de março/2012. 5 – Com relação a EE. Lauro Gomes, não obtivemos resposta sobre a acessibilidade. Disseram que a unidade escolar deve encaminhar ofício a FDE. 6 - Cobramos também uma posição sobre o oficio 122/2011, referente às pericias médicas que foram tiradas da cidade. Reafirmamos nossa posição de exigir o retorno desse direito, que foi tirado pelo Estado em conjunto com a Prefeitura de SBC. 7 - Sobre a quadra da EE Euclides Deslandes, continuamos solicitamos a imediata implementação dessa melhoria, pois é uma exigência da comunidade escolar. 8 - Sobre a EE Jean Piaget: Reapresentamos novas denuncias contra o assedio moral praticado pela atual diretora que é de conhecimento da diretoria de ensino e pouco tem feito para solucionar esse duradouro problema. 9 – Os Diretores do Sindicato presentes à reunião, ainda pautaram o crescente numero de vigilância através das câmeras em sala de aula, objetivo similar usado na época da ditadura militar. A dirigente disse que essa não é uma política da diretoria de ensino A Dirigente foi informada que na reunião dos representantes de escolas, por aproximadamente 98% dos professores presentes se posicionaram contra esse instrumento que ataca a liberdade de cátedra e descaracteriza o ato humano de educar. 10 - Sobre o calendário, solicitamos esclarecimentos em relação à existência de 103 dias no primeiro semestre e 100 dias no segundo semestre, perfazendo 203 dias letivos. A Dirigente disse que o governo já publicou a ponte do dia 30 de abril e que deverão ocorrer outras. As unidades escolares devem readequar esse calendário, sendo que não será necessária a reposição, ficando ainda um dia a ser definido até o final do primeiro semestre. 11 - O Coordenador da Subsede professor Aldo Santos cobrou da Dirigente o debate sobre a eleição direta para a composição dos Conselhos de Escola e a organização dos Grêmios Livres Estudantis. Excepcionalmente este ano esse prazo foi prorrogado até o final de maio. Foi ainda solicitada à manutenção da semana da Consciência Negra no calendário escolar. A referida semana ficou agendada e constará também da agenda geral do calendário da diretoria de ensino que será republicado com as alterações solicitadas. Esse ano a semana da consciência negra será de 19 a 24 de novembro. Obs.1- A professora Verinha coordenou a dinâmica da reunião pela APEOESP/SBC. 2-Vários problemas vêm ocorrendo nas unidades escolares referente à violência no interior das nossas escolas. Estamos visitando as mesmas e qualquer reclamação, dúvida ou denúncia, entre em contato com o nosso sindicato através do e-mail: coordenacaosbc@terra.com.br Secretaria dos trabalhos

Encontro de Lutadores reúne mais de 500 militantes no RJ

Mais de 500 militantes de movimentos sindicais, sociais e políticos participaram, nos dias 20, 21 e 22 de Abril, do Encontro Nacional de Lutadores contra as repressões do Estado no Rio de Janeiro, organizado pela INTERSINDICAL,MAS,TLS,MTL,MES,UNIDOS PRA LUTAR. Muitos militantes do Partido Socialismo e Liberdade também estiveram presentes nessa atividade. 23 de Abril de 2012 Josiane Alves Psol Campinas Foram três dias com palestras e debates que tiveram início com o deputado estadual do Rio de Janeiro, Marcelo Freixo (PSOL) no tema “Grandes obras e criminalização da pobreza” e continuaram com “Não à criminalização. Pelo direito de organização dos trabalhadores da Segurança pública”, que foram debatidos com policiais do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e com o cabo dos bombeiros do RJ, Benevenuto Daciolo, que liderou a greve em janeiro deste ano, onde o governador Sérgio Cabral mandou prender e expulsou alguns dos bombeiros em greve por melhores salários e condições de trabalho. Bombeiro: Benevenuto Daciolo Os policiais também ressaltaram que falta humanização no sistema de segurança pública aplicado no Brasil. Para completar foram debatidos a “Criminalização das lutas, resistência social e a estrutura sindical brasileira” e no último dia (22) “A Cúpula dos Povos e a destruição ambiental”. Lutar é um direito! Estão em curso inúmeros processos para impedir os trabalhadores, a juventude e os povos de lutarem por seus direitos. Na Europa, África, Estados Unidos ou Oriente Médio, o capital e seus governos intensificam a repressão aos que lutam por direitos sociais, emprego, educação, igualdade e liberdade. No Brasil, a população que vive nas periferias e favelas sofre a repressão violenta e cotidiana de um Estado que criminaliza e assassina principalmente a juventude negra e pobre. Com as grandes obras do PAC e da copa do mundo, a remoção de populações em diversas cidades já tem se dado com brutal repressão. Assassinatos de trabalhadores sem terra, extermínio de lideranças ambientalistas, repressão aos que lutam por moradia, como aconteceu no Pinheirinho e outras ocupações, buscam impedir a luta pela garantia dos direitos sociais básicos já conquistados. Demissão de trabalhadores durante a greve na prefeitura de Fortaleza: demissão de dirigentes sindicais do Químicos de SJC, como perseguição aos metroviários do Distrito Federal; demissão de Joaquim da AmBev; julgamentos de ilegalidade de greves; processo contra Aldo Santos de São Bernardo; expulsão dos bombeiros e PMs do Rio de Janeiro e de outras cidades; tentativa de intimidação ao mandato da deputada estadual do RJ, Janira Rocha (PSOL). O direito de greve é atacado nas diversas categorias, do setor público e privado. E se dá de várias formas.Seja no congresso nacional ou com demissões, interditos proibitórios e imposição de pesadas multas aos sindicatos, demonstrando uma escalada da criminalização neste período, mas sabemos que ela é parte da formação social brasileira. Desde janeiro de 2012, por qualquer manifestação frente às agências do banco Itaú na Baixada Santista, o sindicato dos Bancários tem de pagar R$ 100 mil por dia e por agência. Enquanto isso, o governo usa o dinheiro público para pagar bilhões aos bancos, grandes beneficiados pela política econômica. Apesar da criminalização, os trabalhadores estão lutando. Diversas categorias foram à greve por suas reivindicações, indicando que não aceitam pagar a conta da crise. (PUBLICADO NO SITE DO PSOL-SP)

segunda-feira, 23 de abril de 2012

PROJETO DE LEI N° 228, DE 2012. VAMOS A LUTA PELA FILOSOFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL.

A APROFFESP E A HISTÓRICA LUTA PELA VOLTA DA FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO A Luta pela obrigatoriedade da Filosofia e da Sociologia na grade curricular percorreu um longo caminho até os dias atuais. Nessa luta, a atuação organizada de entidades afins e da APEOESP, foi determinante, dado a sua capacidade de mobilização e articulação política no cenário Nacional. Contudo, a participação dos professores nessa luta foi fundamental no seu cotidiano, nos encontros realizados, nas caravanas à Brasília, etc. O dia 7 de julho de 2006 ficará na memória e história de mais de trezentos professores e estudantes que compareceram ao plenário do CNE – Conselho Nacional de Educação. Com essa mobilização, a luta pela obrigatoriedade da Filosofia e da Sociologia no Ensino Médio deu uma virada na página e na concepção da política educacional brasileira. Em 02-06-08, foi sancionado o PLC 04/08, que alterou o Artigo 36 da LDB/96, selando de vez a volta do ensino das disciplinas Filosofia e Sociologia nas escolas de todo o Brasil! Vale destacar o significado desta conquista, que não se restringe apenas ao retorno das duas disciplinas ao currículo do Ensino Médio. Ela põe um freio na visão educacional neoliberal que tomou de assalto a educação brasileira nas últimas décadas, principalmente no Estado de São Paulo, com objetivo de flexibilizar e desregulamentar a profissão docente, sendo responsável pela desvalorização do trabalho do professor e, sobretudo pela precarização da educação. Do ponto de vista da Organização da Filosofia, o 1º Encontro Nacional de Filosofia e Sociologia realizado nos dias 22 a 24 de julho de 2007 no Anhembi-SP, foi um marco determinante nesse processo de consolidação das disciplinas, que contou com a força direta dos educadores e de entidades nacionais como a UNE, UBES, entre outras. O Encontro Nacional viabilizou a ideia e as condições objetivas dos professores de filosofia e filósofos do Estado de São Paulo no sentido de se constituir um campo próprio de reflexão, elaboração e contribuição do pensamento acadêmico com o mundo do trabalho em que vivemos. Uma das questões centrais do IX Encontro do Coletivo de filosofia, Sociologia e Psicologia da APEOESP foi o enunciado da nossa proposta sobre a necessidade da fundação de uma entidade dos filósofos, concebida sem a pretensão ou preocupação de concorrer com o sindicato estadual dos professores. Nosso objetivo foi apresentado e aprovado nas resoluções finais do Encontro. Como consequência, em setembro de 2009 toma posse a primeira Diretoria, eleita por voto direto, da Associação dos Professores de filosofia e filósofos do Estado de São Paulo – APROFFESP - numa Plenária Estadual realizada no dia 26 de Setembro de 2009, na Rua Carlos Petit, nº 199, Vila Mariana. Em novembro de 2011, foi eleita a nova Diretoria da entidade*, através de eleições diretas com a participação de professores de filosofia de várias regiões do Estado. Em 1º de dezembro do ano passado a nova Diretoria foi recebida pelo Secretário Adjunto da Secretaria da Educação, João Palma Filho, ocasião em que nos garantiu o aumento da carga horária de Filosofia para duas aulas em todas as séries a partir de 2012 e também o abono de ponto para realizarmos encontros regionais e estadual no corrente ano. Já conquistamos as duas aulas e agora estamos nos mobilizando para garantir o abono para os nossos encontros. Dentre as diversas conquistas, informamos que a APROFFESP, desde março do ano passado, ficou responsável pelo Encarte do Professor da revista FILOSOFIA da Editora Escala, com a participação de vários professores na elaboração dos artigos, sob a coordenação do Prof. Chico Gretter. Esta revista mensal ganhou licitação no MEC e passa agora a ser enviada para todas as bibliotecas públicas do Brasil, dada a sua contribuição pedagógica! Tendo em vista o acima exposto, comunicamos a todos os professores de Filosofia as nossas atividades e conquistas, conclamando todos que participem de nossa luta para que a Filosofia seja respeitada e venha a ocupar efetivamente o seu espaço de direito no currículo da Educação Básica. DIRETORIA DA APROFFESP – BIÊNIO 2012-2013 Presidente:............................................Aldo Santos (S. Bernardo de Campo); Vice-presidente:.....................................Chico Gretter (Lapa, São Paulo); Secretário: ............................................José de Jesus (Osasco); Diretor de comunicação e propag.:.......Cícero Rodrigues da Silva (Zona Sul); Tesoureiro:.............................................Anizio Batista de Oliveira (Centro); Diretor de políticas pedagógicas:..........Antonio Celso de Oliveira (Guarulhos); Diretor de relações institucionais:..........Rita Leite Diniz (Salto, SP). • Professor de Filosofia, filie-se à: www.aproffesp.blogspot.com; • Entre em contato conosco e participe: aproffesp@gmail.com * OFÍCIO Nº 005 / 2012 Conforme reunião realizada tendo por base o oficio de 02 de dezembro de 2011 juntamente com o Secretário Adjunto de Educação João Palma, estamos encaminhando para efeito de publicação em diário oficial os dias de reunião dos professores associados a Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo. Na referida reunião o secretário deferiu nossa solicitação, solicitando que lhe fosse enviado os dias das referidas reuniões. - dia 17 de maio de 2012, das 9 às 17 horas, em local a ser definidos previamente pela Diretoria. Um professor por unidade escolar. - dia 27 de setembro de 2012, das 9 às 17 horas, em local previamente definido pela diretoria, sendo um professor por unidade escolar. Além da pauta normal, nesse encontro definiremos os critérios e percentual de participantes no nosso Encontro Estadual. O Encontro Estadual dos professores de Filosofia será realizado nos dias 6e7 de Dezembro de 2012, das 9 às 17 horas. A pauta dessas reuniões e encontros estarão voltada para o como e o que ensinar em filosofia. 1-informes gerais e específicos; 2-Didática do ensino de filosofia; 3-O QUE , COMO E QUANDO ENSINAR FILOSOFIA; 4-Função crítica e transformadora da filosofia. Sem mais, Atenciosamente, Aldo Santos Presidente APROFFESP José Jesus secretário PROJETO DE LEI No 228, DE 2012. VAMOS A LUTA PELA FILOSOFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL. Dispõe sobre a obrigatoriedade da presença de Filosofia no currículo escolar do ensino fundamental. A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO DECRETA: Artigo 1° - A Filosofia deverá ser conteúdo obrigatório no currículo escolar das séries do ensino fundamental. Artigo 2° - O ensino da Filosofia será ministrado por professores com formação específica na área. Artigo 3° - Os sistemas de ensino terão 3 (três) anos letivos para se adaptarem às exigências estabelecidas no artigo 1o desta lei. Artigo 4° - As despesas com a execução desta lei serão suportadas por verbas orçamentárias próprias, suplementadas se necessário. Artigo 5º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. OBS:Este Projeto de Lei tem a colaboração e sugestão formuladas pela Associação dos Professores de filosofia e filósofos do Estado de São Paulo – APROFFESP. Sala das Sessões, em 2-4-2012 a) Carlos Giannazi - PSOL

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Coordenação da APEOESP e representante de escola da rede municipal de SBC comparecem a câmara municipal ...

Coordenação da APEOESP e representante de escola da rede municipal de SBC comparecem a câmara municipal e denunciam as condições de trabalho, assédio moral em algumas escolas e cobra valorização do magistério.
A vice coordenadora Professora Nayara Navarro, fez uso da tribuna para cobrar o cumprimento da lei federal 11.738 (lei do piso), que determina a redução da jornada de trabalho em sala de aula que esta sendo desrespeitada pela atual administração, além de solicitar a revisão das condições de trabalho das professoras de 40 horas semanais, e denunciar o assédio moral praticado contra uma professora que foi devolvida ao estado pelo fato de ter comunicado ao prefeito em visita a sua escola que até a água era paga pelos educadores.
As condições de trabalho estão precarizadas, uma vez que até o intervalo para descanso assegurado por lei, não vem sendo cumprido na rede municipal. A diretora do sindicato dos professores pediu apoio aos vereadores, para que os mesmos intercedam junto s administração, para que seja marcada uma reunião com o Prefeito ou a Secretaria de educação e por último, entregou uma série de documentos ao presidente do legislativo, como a carta das professoras de 40 horas, o recurso encaminhado sobre assédio na escola... e entregou cópia do estatuto do magistério da capital-sp, que embora não seja perfeito, é um dos melhores do ponto de vista de evolução e da jornada de trabalho. Já que estão em debate profundas alterações do estatuto do magistério da cidade.
A fala da Diretora do Sindicato dos professores repercutiu em plenário junto aos vereadores, conforme pudemos constatar nas falas dos lideres das bancadas. Além dos pontos e temas mencionados, outro ponto que será debatido é a situação dos coordenadores pedagógicos que vem pleiteando melhorias salariais através da evolução funcional. Em breve estaremos disponibilizando as notas taquigráficas com a fala da professora Nayara, bem como o pronunciamento e encaminhamentos dos senhores vereadores.
Finalmente, por sugestão também dos vereadores o líder de governo, Antonio Carlos do PT intermediou uma reunião com o Secretário de governo para o dia 27 de abril de 2012, as 09h30 para detalhar os devidos encaminhamentos apontados em plenário. Nessa reunião, dirigentes da APEOESP juntamente com representantes de escolas do município vão debater os próximos passos da nossa luta. Além da professora Nayara, estavam presentes, o professor Aldo Santos, a professora Gisele e outros apoiadores do movimento.

COORDENAÇÃO DA SUBSEDE DA APEOESP DE SBC

terça-feira, 17 de abril de 2012

Governo do Estado Suspende o expediente nas repartições públicas estaduais no dia 30 de abril de 2012 e dá providências correlatas

Decreto nº 57.965, de 12 de abril de 2012

Suspende o expediente nas repartições públicas estaduais no dia 30 de abril de 2012 e dá providências correlatas

GERALDO ALCKMIN, GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO, no uso de suas atribuições legais,
Considerando que a suspensão do expediente nas repartições públicas estaduais no próximo dia 30 de abril se revela conveniente à Administração Estadual e ao servidor público; e
Considerando que o fechamento das repartições públicas estaduais deverá ocorrer sem redução das horas de trabalho semanal a que os servidores públicos estaduais estão obrigados nos termos da legislação vigente,
Decreta:
Artigo 1º - Fica suspenso o expediente nas repartições públicas estaduais no dia 30 de abril de 2012.
Artigo 2º - Em decorrência do disposto no artigo 1º deste decreto, os servidores deverão compensar as horas não trabalhadas, à razão de 1 (uma) hora diária, a partir do dia 16 de abril de 2012, observada a jornada de trabalho a que estiverem sujeitos.
§ 1º - Caberá ao superior hierárquico determinar, em relação a cada servidor, a compensação a ser feita de acordo com o interesse e a peculiaridade do serviço.
§ 2º - A não compensação das horas de trabalho acarretará os descontos pertinentes ou, se for o caso, falta ao serviço no dia sujeito à compensação.
Artigo 3º - As repartições públicas que prestam serviços essenciais e de interesse público, que tenham o funcionamento ininterrupto, terão expediente normal no dia mencionado no artigo 1º deste decreto.
Artigo 4º - Caberá às autoridades competentes de cada Secretaria de Estado e da Procuradoria Geral do Estado fiscalizar o cumprimento das disposições deste decreto.
Artigo 5º - Os dirigentes das Autarquias Estaduais e das Fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público poderão adequar o disposto neste decreto às entidades que dirigem.
Artigo 6º - Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Palácio dos Bandeirantes, 12 de abril de 2012
GERALDO ALCKMIN

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Narcisismo no "Face"

Não estou a menosprezar os medos humanos; muito pelo contrário, o medo é o meu irmão gêmeo
Cuidado! Quem tem muitos amigos no "Face" pode ter uma personalidade narcísica. Personalidade narcísica não é alguém que se ama muito, é alguém muito carente.
Faço parte do que o jornal britânico "The Guardian" chama de "social media sceptics" (céticos em relação às mídias sociais) em um artigo dedicado a pesquisas sobre o lado "sombrio" do Facebook (22/3/2012).
Ser um "social media sceptic" significa não crer nas maravilhas das mídias sociais. Elas não mudam o mundo. Aliás, nem acredito na "história", sou daqueles que suspeitam que a humanidade anda em círculos, somando avanços técnicos que respondem aos pavores míticos atávicos: morte, sofrimento, solidão, insegurança, fome, sexo. Fazemos o que podemos diante da opacidade do mundo e do tempo.
As mídias sociais potencializam o que no humano é repetitivo, banal e angustiante: nossa solidão e falta de afeto. Boas qualidades são raras e normalmente são tão tímidas quanto a exposição pública.
E, como dizia o poeta russo Joseph Brodsky (1940-96), falsos sentimentos são comuns nos seres humanos, e quando se tem um número grande deles juntos, a possibilidade de falsos sentimentos aflorarem cresce exponencialmente.
Em 1979, o historiador americano Christopher Lasch (1932-94) publicava seu best-seller acadêmico "A Cultura do Narcisismo", um livro essencial para pensarmos o comportamento no final de século 20. Ali, o autor identificava o traço narcísico de nossa era: carência, adolescência tardia, incapacidade de assumir a paternidade ou maternidade, pavor do envelhecimento, enfim, uma alma ridiculamente infantil num corpo de adulto.
Não estou aqui a menosprezar os medos humanos. Pelo contrário, o medo é meu irmão gêmeo. Estou a dizer que a cultura do narcisismo se fez hegemônica gerando personalidades que buscam o tempo todo ser amadas, reconhecidas, e que, portanto, são incapazes de ver o "outro", apenas exigindo do mundo um amor incondicional.
Segundo a pesquisa da Universidade de Western Illinois (EUA), discutida pelo periódico britânico, "um senso de merecimento de respeito, desejo de manipulação e de tirar vantagens dos outros" marca esses bebês grandes do mundo contemporâneo, que assumem que seus vômitos são significativos o bastante para serem postados no "Face".
A pesquisa envolveu 294 estudantes da universidade em questão, entre 18 e 65 anos, e seus hábitos no "Face". Além do senso de merecimento e desejo de manipulação mencionados acima, são traços "tóxicos" (como diz o artigo) da personalidade narcísica com muitos amigos no "Face" a obsessão com a autoimagem, amizades superficiais, respostas especialmente agressivas a supostas críticas feitas a ela, vidas guiadas por concepções altamente subjetivas de mundo, vaidade doentia, senso de superioridade moral e tendências exibicionistas grandiosas.
Pessoas com tais traços são mais dadas a buscar reconhecimento social do que a reconhecer os outros.
Segundo o periódico britânico, a assistente social Carol Craig, chefe do Centro para Confiança e Bem-estar (meu Deus, que nome horroroso...), disse que os jovens britânicos estão cada vez mais narcisistas e reconhece que há uma tendência da educação infantil hoje em dia, importada dos EUA para o Reino Unido (no Brasil, estamos na mesma...), a educar as crianças cada vez mais para a autoestima.
Cada vez mais plugados e cada vez mais solitários. Na sociedade contemporânea, a solidão é como uma epidemia fora de controle.
O Facebook é a plataforma ideal para autopromoção delirante e inflação do ego via aceitação de um número gigantesco de "amigos" irreais. O dr. Viv Vignoles, catedrático da Universidade de Sussex, no Reino Unido, afirma que, nos EUA, o narcisismo já era marca da juventude desde os anos 80, muito antes do "Face".
Portanto, a "culpa" não é dele. Ele é apenas uma ferramenta do narcisismo generalizado. Suspeito muito mais dos educadores que resolveram que a autoestima é a principal "matéria" da escola.
A educação não deve ser feita para aumentar nossa autoestima, mas para nos ajudar a enfrentar nossa atormentada humanidade.

ponde.folha@uol.com.br

domingo, 15 de abril de 2012

AVANÇA A ORGANIZAÇÃO DO PSOL EM RIBEIRÃO PIRES.

No dia 24 de março de 2012, filiados do partido reuniram-se na cidade para constituírem a executiva provisória na cidade, haja vista a necessidade de responder ao apelo organizativo, político e eleitoral, diante do calendário das eleições que se aproximam.
Nessa reunião que foi acompanhada por dirigentes da executiva nacional e estadual do Partido, foi indicado como presidente o companheiro Eduardo Quirino e como secretário o professor Alberto Tciianelli. De lá para cá, ocorreram reuniões e o partido avança no sentido de lançar candidatos a vereadores e até mesmo candidato a prefeito pelo partido na cidade.
No dia 14 de abril, foi realizada uma nova reunião, com a presença dos membros da direção provisória de Ribeirão Pires, do presidente do partido de Mauá, André Sapanos, da Presidente do Partido de SBC, Maria de Lourdes, além de dirigentes da TLS e representantes da Executiva e do Diretório estadual doPsol.
Após debate dos filiados, foi aprovado a realização de uma nova plenária para o dia 28 de abril as 14 horas, para constituir o diretório municipal e avançar na organicidade partidaria. Essa plenária será realizada na sede do partido em Ribeirão Pires situado na Rua Epitácio Pessoa, n°430, no Jardim Luso. Nessa plenária será debatida a composição do Diretório Municipal, chapa de candidatos a vereadores, bem como definir sobre o lançamento de candidatura ao cargo majoritário. Pretende-se ainda debater a conjuntura geral e municipal, além de um programa e plano de ação para enfrentar a elite política da cidade.
Nessa estratégia eleitoral, foi proposto pelo presidente do partido de Mauá, André Sapanos a retomada do debate sobre a realização 2° Encontro regional do partido, para traçar políticas regionais, fortalecer o partido na mídia das cidades, bem como divulgar ainda mais os nossos pré-candidatos a prefeitos e vereadores da região.
Ainda nessa linha, na assembleia dos professores da capital, conversei com o Deputado Estadual Carlos Giannazi, onde propus ao mesmo que lidere a convocação de uma reunião regional com os pré-candidatos da Grande São Paulo e a direção do partido, uma vez que o impacto da eleição da capital, influencia fortemente os eleitores desse privilegiado bolsão eleitoral.
Mesmo diante de inúmeras dificuldades, o partido vem crescendo na região e aponta para a viabilidade eleitoral no pleito que se aproxima. Em Mauá os companheiros estão animados e bem posicionados colocando o partido na disputa municipal. Em Santo André, esperamos que o irmão do ex- prefeito Celso Daniel aceite disputar a candidatura de prefeito, o que colocaria o partido na disputa eleitoral, bem como alavancaria como um todo a sigla na região do ABCDMRR.
Em São Caetano, o debate está evoluindo e a viabilidade eleitoral também está posta.
Em São Bernardo do Campo, o processo eleitoral está se definindo e o Psol também estará na disputa.
Em Diadema, esperamos que também reproduza o grau de evolução partidária que vem crescendo na região.
Em Rio Grande da Serra, aos poucos o partido vem firmando posição a partir de militantes históricos da cidade.
Com a consolidação em Ribeirão Pires e com a nossa união e organização regional, estamos nos preparando para surpreender os adversários que com arrogância política acham que vão enganar os eleitores por mais quatro anos.

Lutar, resistir e mudar é preciso!!!

Aldo Santos, Ex-vereador em SBC, coordenador da apeoespsbc, Militante do psol, Presidente da associação dos professores de filosofia e filósofos do Estado de São Paulo.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

PROJETO DE LEI No 228, DE 2012:Dispõe sobre a obrigatoriedade da presença de Filosofia no currículo escolar do ensino fundamental.


A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO DECRETA:

Artigo 1o - A Filosofia deverá ser conteúdo obrigatório no currículo escolar das séries do ensino fundamental.

Artigo 2o - O ensino da Filosofia será ministrado por professores com formação específica na área.

Artigo 3o - Os sistemas de ensino terão 3 (três) anos letivos para se adaptarem às exigências estabelecidas no artigo 1o desta lei.

Artigo 4o - As despesas com a execução desta lei serão suportadas por verbas orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.

Artigo 5o - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

JUSTIFICATIVA

Há 2.500 anos a filosofia vem navegando no universo do conhecimento e da sabedoria humana. Com a sistematização do pensamento a partir do mundo grego ela vem definindo o jogo político, instituindo e derrubando governos, questionando os modos de produção e instituindo novos poderes. Questiona conceitos morais e éticos, desvenda fenômenos religiosos, provoca revoluções e justificativas processuais, numa cronologia ascendente, ora a partir de eixos cronológicos, ora a partir dos modos de produção existentes, buscando esclarecer e enaltecer a vida do homem no planeta e a sua finitude ou não, ao mesmo tempo em que se renova a cada instante para estabelecer as diretrizes do pensamento educacional e das transformações e revoluções necessárias e urgentes.

Do ponto de vista econômico e das relações de produção devemos rever nossas afinidades filosóficas diante do mundo do trabalho, estabelecer a reflexão a partir do seu caráter ontológico e fundante que o mesmo representa.

As observações do pensamento a partir da evolução humana estabelece momentos de rupturas e superações como no filme a guerra do fogo, como na expressão do pensamento de Engels: “a transformação do macaco em homem”, os modos de produção vem definindo e delineando os embates de classe, as teorias de Marx fundamentando e combatendo o positivismo ainda militante, assim como o capitalismo em sua profundidade, nos remete a necessidade de darmos um passo a frente do ponto de vista conceitual e da práxis humana, revolucionando as aspirações pedagógicas rumo a edificação do homem e do mundo novo que devemos revolucionariamente construir.

No manual do professor do livro “Iniciação à filosofia”, da filósofa Marilena Chauí, primeira edição de 2011, publicado pela Editora Ática, na pagina três, ela define e afirma que a filosofia “Está presente na vida de todos nós. No mundo ocidental, costuma-se dizer que remonta aos gregos. De uma perspectiva mais ampla, podemos dizer que ela está presente na vida do ser humano desde um tempo imemorial, anterior às primeiras civilizações. Dos primórdios do Homo sapiens até as primeiras organizações humanas, cada atitude individual ou coletiva, cada fenômeno físico ou avanço técnico, cada nova percepção dos meandros da alma humana foi entremeada por ações passíveis de analise filosóficas”.

Um recorte necessário

Procurando estabelecer uma relação direta entre o ensino de filosofia no Brasil e o Programa Nacional do Livro Didático, o guia de livros de Filosofia para 2012, este vai afirmar que: “desde 1663, ano em que a filosofia foi pela primeira vez inserida nos currículos das escolas brasileiras tratava-se então da primeira escola de ensino secundário da companhia de Jesus, na Bahia - a presença da filosofia na escola brasileira se deu de forma descontínua e frágil”.

Em outra publicação também do Ministério da Educação publicado em 2010, num dos artigos, o mesmo faz referência a três gerações de filósofos, referindo- se sobre o Ensino de filosofia no Brasil. Os autores Marcelo Carvalho, e Marli dos Santos, em um “breve panorama da trajetória do ensino de filosofia nos últimos 50 anos”, afirmam: “Uma missão Francesa constituída de professores de renome daquele país do velho continente chegou ao Brasil na década de 1940 para criar e desenvolver o ensino de filosofia na recém criada Universidade de São Paulo, fundada em 1934, atendendo às demandas de formação intelectual da burguesia paulistana”.

Na página 13 do capítulo 1, do livro de Filosofia, da coleção Explorando o Ensino, volume 14 do Ministério da Educação publicado em 2010, o mesmo faz referência a três gerações de filósofos, referindo- se sobre o Ensino de filosofia no Brasil.

Os autores apontam ainda alguns momentos marcantes da história e o contexto da filosofia e da sociologia, a saber:

a) De 1937-1945, em pleno Estado novo, Getúlio Cria o Ministério da Educação e Saúde pública, para parcelas mais ampla da população do Brasil;

b) As mudanças se deram por conta do movimento que defendia a renovação na educação, em que a mesma deveria ser pública e gratuita, laica e obrigatória. Esse movimento foi denominado de “Manifesto dos pioneiros da Escola Nova”. Seguramente esse movimento expressa seu caráter ideológico e a formatação de um projeto da educação brasileira;

c) No final da década de 50, ocorre grandes mudanças na educação, fundamentalmente no ensino médio. O Desenvolvimentismo, a abertura do mercado às empresas multinacionais, indústrias automobilísticas, cigarros, farmacêutica e de mecânica;

d) A LDB prevista na Constituição de 1946 foi colocada em prática em 1961, durante o governo de João Goulart. A Lei 4024/61 tinha a orientação da não obrigatoriedade do ensino de Filosofia e Sociologia;

e) Com o golpe Militar em 1964, a Filosofia e a Sociologia transformou-se num ensino instrumental, com seu pragmatismo autoritário;

f) Em 1968 a Filosofia foi retirada de todos os vestibulares do país e, em 1971 a lei 5692/71 eliminou de vez a Filosofia e a sociologia da grade curricular do ensino médio, introduzindo o OSPB. Essa orientação e defesa do regime perdurou de 1964 a 1985;

g) Os autores falam que nesse período a filosofia “se manteve no exílio do Ensino Médio Público”;

h) A partir dos anos 80 ela reaparece como disciplina optativa;

i) Em 1996, com a LDB 939/96 a situação se manteve: No artigo 36, parágrafo 1°, recomendava “domínio dos conhecimentos de filosofia e de sociologia necessários ao exercício da cidadania”;

j) Diante desta argumentação, não convincente para os conhecedores da necessidade de conteúdos filosóficos para adolescentes e jovens, no ano 2000 o Pe. Roque Zimmermman, deputado federal do PT no Paraná, elaborou o projeto de lei PL 009/2000 que tornava obrigatória a inclusão na grade curricular do ensino médio as disciplinas de Filosofia e Sociologia. (Escrito por Tânia Rodrigues Palhano, 10 de abril de 2010, no site: O mundo Filosófico);

k) O projeto que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional foi aprovado pelo Senado da República no dia 18 de setembro de 2001, após várias manifestações.

A vitória parcial no Senado não se completou. No dia 09 de outubro do mesmo ano foi publicado no Diário Oficial da União o veto do Presidente da República Fernando Henrique Cardoso, que é sociólogo. Conforme notícia do Terra Educação (2001), alegou que com a abertura de novos cargos de professores ter-se-ia um aumento de custos, onde Estados e Prefeituras não iriam suportar a elevação da folha de pagamento e que não existe um número suficiente de profissionais qualificado no mercado, sociólogos e filósofos que garanta o atendimento do projeto. (escrito por Tânia Rodrigues Palhano,10 de abril de 2010,no site o mundo Filosófico);

l) Vale ressaltar que no Estado da Paraíba a Lei n. 7.302/02 foi aprovada em 7 de janeiro de 2003, e determina a obrigatoriedade da disciplina Filosofia nas Escolas Públicas do Estado da Paraíba no ensino médio, a qual não se efetivou na prática. Atualmente a atividade do ensino da filosofia está se consolidando, na esfera pública estadual do ensino médio, com a obrigatoriedade desta disciplina a nível federal. (escrito por Tânia Rodrigues Palhano, 10 de abril de 2010, no site o mundo Filosófico)

Elementos e ação para o retorno da filosofia

O dia 7 de junho de 2006 ficará na memória e história de mais de trezentos professores e estudantes que compareceram ao plenário do CNE, onde foi aprovado as disciplinas de Filosofia e Sociologia como obrigatórias (resolução 04/06)

1o Encontro Nacional de Filosofia e Sociologia realizado nos dias 22 a 24 de julho de 2007 no Anhembi-SP;

Na época apresentei aos delegados um documento básico da proposta organizativa dos professores de Filosofia em nível nacional, realizamos uma plenária dentro do encontro e constituímos a Coordenação Nacional do Coletivo Nacional de Filosofia. Criou-se então o coletivo Nacional de Filosofia em 2007.


Em 2008 houve o IX Encontro Estadual do Coletivo de Filosofia, Sociologia e Psicologia da APEOESP. Várias propostas foram aprovadas no sentido de fortalecer a nossa luta pela efetiva implantação da Filosofia no currículo do Ensino Médio. Uma das polêmicas centrais do IX Encontro do Coletivo de filosofia, Sociologia e Psicologia da APEOESP, foi o enunciado da nossa proposta sobre a necessidade da fundação de uma entidade dos filósofos, concebida sem a pretensão ou preocupação de concorrer com o sindicato estadual dos professores, haja vista que do ponto de vista sindical global estamos muito bem organizados e abrigados nesta entidade;

Em 2008 foi aprovada a lei 11.684/08, revendo o artigo 36 da LDB, tornando obrigatória a filosofia e a sociologia no ensino médio;

Em Setembro de 2009 tomou posse a primeira Diretoria eleita da Associação dos Professores de filosofia e filósofos do Estado de São Paulo – APROFFESP - numa Plenária Estadual, realizada no dia 26 de Setembro de 2009, na Rua Carlos Petit, no199, Vila Mariana. Os membros eleitos tomaram posse, tendo por base o resultado das eleições realizadas no dia 26/08/2009, com a votação de 226 professores no Estado (foto da posse). http://aproffesp.blogspot.com/.

Em outubro de 2010, membros da diretoria da aproffesp, são recebidos pela Secretaria Estadual de Educação, através da representante da CENP, onde reivindicamos o aumento das aulas de filosofia no ensino médio e a introdução da filosofia no ensino Fundamental. Posicionamos-nos ainda contra os cadernos de filosofia para alunos e professores, haja vista que os mesmos apresentam um conteúdo fragmentado e qualquer conteúdo pertinente deve levar em conta a contribuição dos professores de filosofia da rede do Estado de São Paulo.

Percebe-se, a partir destes recortes históricos e da argumentação pela presença da Filosofia no currículo escolar, uma luta de longo tempo, mas contínua e efetiva, pela volta e inclusão definitiva dessa área do conhecimento na escola. Como escreveu a professora Marilena Chauí, uma das estudiosas, professoras e intelectuais mais respeitadas no país, “a Filosofia está presente na vida de todos nós.” E cabe acrescentar: presente na vida de todos nós cotidianamente.

Neste sentido, tanto quanto qualquer uma das disciplinas já escaladas para compor o currículo da escola fundamental, a Filosofia deve ter o seu lugar de direito. E com isso, contribuir para dar mais sentido ao mundo contemporâneo.

Este Projeto de Lei tem a colaboração e sugestão formula- das pela Associação dos Professores de filosofia e filósofos do Estado de São Paulo – APROFFESP.

Sala das Sessões, em 2-4-2012

a) Carlos Giannazi - PSOL






atenção, reunião da executiva da apeoespsbc.

São Bernardo do Campo, 11 de abril de 2012.



CONVOCAÇÃO PARA REUNIÃO DA EXECUTIVA REGIONAL
APEOESP SUBSEDE DE SÃO BERNARDO DO CAMPO



Convocamos todos os conselheiros (as) para participarem da reunião ordinária da Executiva da APEOESP subsede de São Bernardo do Campo que se realizará no dia 14 DE ABRIL DE 2012 às 16h30.
Pauta da reunião:

1- Leitura e aprovação da ata da reunião anterior e justificativa de ausências;
2- Informes;
3- Campanha Salarial e assembleia com paralisação dia 20 de abril;
4- Finanças.


Prof. Aldo Santos

Profa. Judite
Coordenador da APEOESP de SBC Secretário Geral da APEOESP de SBC

quarta-feira, 11 de abril de 2012

PRESIDENTE DO SINPEEM FAZ MANOBRA DESLAVADA E PÕE FIM A GREVE DOS PROFESSORES DA REDE PÚBLICA DA CAPITAL-SP.

A greve dos professore da Capital teve início no dia 02 de abril de 2012, contando com uma grande adesão dos professores e trabalhadores, como se constatou na assembleia do dia 04/04/2012 .
Derrotado em assembleias anteriores e numa clássica manobra, o presidente do sindicato pós fim a greve,sendo acusado pelos manifestantes de vendido e traidor.
Os que votaram pela continuidade da greve não saíram do local pedindo que a assembleia fosse retomada e o presidente mandou desligar o som e apropriou-se do microfone. Foi uma cena desrespeitosa, pois a proposta de continuidade obteve a maioria dos votos e ele maquiavelicamente anunciou o fim da greve, causando indignação e revolta nos presentes.
Ele só saiu escoltado pela força da repressão, pois não teve condições e coragem sequer para sai do caminhão de som, tal era o grau de radicalização e desespero dos grevistas. Seguramente após esta assembleia, abriu-se uma grande alameda para o crescimento da oposição na capital, que certamente saberá canalizar esse descontentamento dando o troco nas próximas eleições elegendo uma direção identificada como os interesses e direitos dessa brilhante categoria de lutadores. Essa articulação começa já com a eleição dos conselheiros gerais do Sinpeem no dia 16 de abril, nos 48 pontos fixos de votação.
Pauta geral de reivindicação:
-Antecipação das parcelas do reajuste de 2013 e 2014!
-Revogação da portaria n°5.362 que ataca nossa evolução funcional!
-Férias coletivas e recesso a todos os professores!
-10% do PIB para a educação já!
-Por um Plano Nacional e Educação que garanta ensino público, gratuito e de qualidade para todos e em todos os níveis.
-Pagamento dos dias parados.
A melhor forma de se combater essas manobras e arrancar direitos e condições de trabalho, é avançar na união e organização da categoria, que no limite, é a detentora do poder sindical político e revolucionário.Entre em contato com os nossos militantes da TLS na capital e participe ainda mais na definição dos rumos da categoria e das mudanças necessárias .

Quem luta conquista; Junte-se a nós.

TRABALHADORES NA LUTA SOCIALISTA-TLS.

domingo, 8 de abril de 2012

PLENÁRIA DE FILIADOS DO PSOL ELEGE DIRETÓRIO MUNICIPAL DE ITAPETININGA

No dia 31 de março de 2012, os militantes do Psol da cidade de Itapetininga deram um passo a frente e formalizaram o diretório municipal, com o objetivo de dar ainda mais visibilidade ao partido na cidade, impulsionar a formação política e a vida orgânica, bem como definir e viabilizar a participação política no processo eleitoral que se aproxima.
Na plenária, o professor Geraldo falou da conjuntura internacional, ressaltou o embate de classe e classificou os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário como subservientes ao poder econômico no sistema capitalista.
Os companheiros Vinicius e Fernando falaram da conjuntura nacional, constataram que cada vez mais os projetos que antes polarizavam entre o PT e PSDB, hoje estão quase que idênticos, do ponto de vista de classe e dos interesses da burguesia Nacional e Internacional. Apesar de o Psol ter uma pequena representatividade institucional, vem promovendo importante atuação parlamentar, propondo e denunciando as falcatruas no senado, além de nortear a ação da esquerda brasileira. O Partido promove a frente de esquerda e a luta de classe contra os interesses do capital. Denunciaram o pagamento dos juros da dívida externa e interna, em que consome 47% do PIB para encher os bolsos dos banqueiros e poderosos. Criticaram a elite regional que ainda se comportam como “as viúvas de Julio Prestes”, simbolizado num forte comportamento conservador e de defesa do latifúndio.
Os desafios são grandes, uma vez que a esperança depositada no PT foi à bancarrota, pois a partir de 2002, tomou outro rumo com a carta ao povo brasileiro que serviu de base para o programa de governo do Presidente Lula.
Criticaram a postura do PCdoB pela defesa do agronegócio, haja vista que foram majoritariamente financiados pelos representantes desse setor.
Do ponto de vista ambiental se posicionaram contra a construção do Belo Monte e outros projetos que seguramente são comprometedores do ponto de vista dos nativos e do meio ambiente. Criticaram a Central Única dos Trabalhadores e a UNE, pelo seu caráter governista e de defesa da governabilidade dos atuais mandatários do poder. Posicionaram-se contra os ideais neoliberais e seus intelectuais, assim como combateram a leitura e as teses de Francis Fukuyama, sobre o predomínio do capitalismo e o propalado fim da história.
O Companheiro Gustavo Gurgel, falou da conjuntura municipal, destacou o papel do Psol na cidade, com notável participação na mídia local, nas panfletagem sobre temas específicos, alem de criticar o papel do Estado na criminalização dos movimentos sociais e lutadores do povo. Defendeu que cabe aos Filiados do Psol a reorganização da sociedade, formar o Diretório e núcleos do partido, organizar os estudantes, unir as entidades populares e dialogar com a população sobre um novo projeto viável para dirigir os rumos da cidade. Ou seja, “um novo partido contra a velha política”.
Por fim contribuí para com o debate falando da atuação do partido em nível nacional, estadual e a importância da união regional para enfrentar os poderosos da cidade.
Saudamos as lideranças e organização do partido, o seu crescimento e maturidade, estando este a altura das disputas de corações e mentes no cotidiano e nos pleito eleitoral já está em curso.
Após um bom café, foi apresentada a chapa unitária “Ousar lutar, Ousar Vencer”, que teve o acolhimento dos presentes. O Diretório foi composto e dentre os componentes foi eleita uma executiva com os seguintes companheiros:
Presidente- Gustavo Gurgel Meira Santos;
Vice- presidente- Vinícius Mori Válio;
1°Secretario Geral- Fernando Henrique Siqueira Campos;
2º Secretário- Geraldo Cezar Martins de Oliveira:
1°Secretário de Finanças- Vitor dos Santos Oliveira;
2°Secretário de Tesouraria- Vitor Carvalho Rodrigues.
O presidente eleito Gustavo Gurgel finalizou a plenária agradecendo aos presentes e disse que o partido discutirá nos próximos dias a tática eleitoral, assegurando que este concorrerá com identidade própria, com candidato majoritário e com uma forte chapa de vereadores (as).


Ousar lutar e vencer é preciso!!!

Aldo Santos. Ex-vereador, coordenador da apeoesp-SBC,Dirigente do Psol, presidente da Associação dos Professores de Filosofia e Filósofos do Estado de São Paulo.

Prévias do Psol de Hortolândia indica Fernando Ladeia candidato a prefeito na cidade.

Com 60% dos votos, os filiados da cidade elegeram neste domingo de Páscoa (08/04/2012) o companheiros Fernando Ladeia como o candidato a prefeito pelo partido no pleito eleitoral que se aproxima.
Mesmo numa data de feriado prolongado, os filiados deram uma importante contribuição política ao definirem democraticamente esse processo de prévia eleitoral.
Votaram 54 filiados onde o candidato Ladeia obteve 32 votos e o candidato Cícero obteve 22 votos.
Com um números expressivo de observadores e representações política, o debate transcorreu dentro da normalidade prevista. Os Pré-candidatos a prefeito de Campinas, Sumaré e São Bernardo do Campo, fizeram uso da palavra, além do representante da executiva nacional e os dois concorrentes a prefeitura da cidade. Após a votação, apuração e proclamação do resultado, o candidato vencedor agradeceu a presença dos filiados, chamou todos a unidade partidária rumo a vitória política e eleitoral na cidade.
Assessoria de comunicação da TLS.

sexta-feira, 6 de abril de 2012

A escravidão, o holocausto dos negros

Timothy Bancroft-Hinchey.

Muito se fala sobre o holocausto, muito se escreveu sobre os atos chocantes de maldade, barbaridade, crueldade contra vários grupos de pessoas desde os Estados Bálticos, até Europa Oriental e Central e Alemanha.

Mas por quê a Escravidão não ocupa um lugar igual nos anais da depravação humana? 23 de março foi um dia de lembrança, um dia de homenagem aos homens, mulheres e crianças que foram arrancadas de suas casas, suas famílias e entes queridos. Onde estava este dia na mídia internacional? Esquecido.

A humanidade se lembra, justamente, das atrocidades do passado, garantindo que ficam nas páginas mais negras da história e fazendo com que as gerações futuras obrigatoriamente se apercebem quão baixo o ser humano pode afundar-se, garantindo que nunca maus esses terríveis atos de crueldade podem acontecer novamente. Muito foi dito e escrito sobre o holocausto judeu, mas sobre o holocausto africano – Escravidão?

Embora não haja registros exatos, foram feitas tentativas para documentar o número médio de escravos arrancados da África e levados para as Américas pelos ingleses, portugueses, espanhois, holandeses, franceses e dinamarqueses. O número oficial é 10 a 11 milhões. Mas vamos pesquisar mais ...

Estimativas credíveis (1) postulam 54 milhões como a cifra de pessoas transportadas contra a sua vontade entre 1666 e 1800. Se levarmos em consideração que o comércio quadruplicou entre 1810 e 1860, e apenas nos EUA, então o valor total seria algo em torno de 200 milhões de pessoas traficadas. Acrescente a isso o efeito sobre as famílias e vemos que este episódio mais terrível de nossa história coletiva é, em termos comparativos, praticamente ignorado.

Forçados a ficar deitados, cabeça contra pé, presos aos seus lugares, sem quaisquer estruturas de higiene ou saneamento, eles chegaram ao destino até seis meses depois num mar de excremento. Ou mortos. E este foi apenas o começo de um pesadelo que em muitos casos viram os escravos tratados como animais, ou pior, obrigados a dormir em condições insalubres e apertadas.

As punições incluíram serem fechadps por trás de uma porta pesada, sem espaço para se movimentar durante até três dias, com insetos e escorpiões rastejando por todo o corpo; ser privado de comida e água; ser espancado; ser chicoteado; ser “saqueado” - colocado dentro de um saco, amarrada no pescoço e sendo arrastado ao redor do perímetro da fazenda atrás de um cavalo; ser preso com um anel ao redor do pescoço ou tornozelo; ser atirado para uma masmorra; orelhas cortadas; ossos quebrados; amputação de membros; olhos arrancados; ser enforcado; castração; ser queimado; ser assado. Por quê? Por comer um pedaço de cana de açúcar, por exemplo.

Hoje, 2012, 400.000 pessoas por ano continuam a ser vítimas de escravidão, é por isso que esta coluna raramente é escrita no "Dia da ONU", porque eu considero que todos os dias sejam dias de luta contra a escravidão. Na Mauritânia, um escravo negro pode ser comprado por 11 euros e no Sudão, por 64 Euros. Na Índia, Paquistão, Nepal e Bangladesh, o comércio de escravos continua a processar 25 milhões de euros por ano.

27 milhões de pessoas vivem hoje em condições de escravidão. E não é só em longínquos países como Bangladesh, Sudão ou Mauritânia. De acordo com estatísticas elaboradas por pesquisadores nos Estados Unidos da América (2), "A Agência Central de Inteligência (CIA) estima que 50.000 pessoas são traficadas para, ou transitado através, dos EUA anualmente como escravas sexuais, domésticas, trabalhadores na indústria têxtil, ou escravos agrícolas";



"Entre 100.000 e 300.000 crianças nos EUA estão em risco de tráfico para exploração sexual a cada ano "... 2,8 milhões de crianças nos EUA vivem nas ruas e um terço delas são atraídas para a prostituição dentro de 48 horas depois de sair de casa. Casos de escravidão foram relatados em 90 cidades nos EUA.

Então, não vamos varrer a escravidão por baixo do tapete, não vamos perpetuar a noção de que isso aconteceu no passado e não continua no presente. Continua, sim e os meios de comunicação internacionais devem assumir a causa, que é uma imensa mancha sobre a identidade coletiva da humanidade.

(1) http://academic.udayton.edu/race/02rights/slave04.htm
(2) http://www.gchope.org/human-slavery-statistics.html


Link original da matéria


http://www.patrialatina.com.br/editorias.php?idprog=19702ce80aa823cd508f85c0034a7e97&cod=9537

Ganha força a greve dos proefessores da Capital

Informe Sindical da TLS.
Em assembleia realizada na tarde de hoje(04/04/2012) cerca de sete mil pessoas entre professores e o pessoal de apoio escolar rede municipal de ensino da Capital de São Paulo decidiram pela continuidade da greve iniciada última segunda –feira 02/04,derrotando novamente o presidente da entidade .
O entendimento geral é que o prefeito não atendeu o que estava sendo reivindicado pela categoria, nesse sentido a greve se estenderá continua..
Após a assembleia houve passeata até a câmara municipal da cidade, onde os manifestantes pretendiam expor suas reivindicações, o ato político foi prejudicado pois caminhão de som não chegou ao local
*Estamos convidando os professores que lecionam na Capital para que nos reunamos no dia 09/04/2012, as 15horas na subsede da APEOESP –SBC.
Saudações socialistas,
Membros da Coordenação Sindical da TLS.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Lutar é um direito!

Encontro Nacional de Lutadores contra a
repressão do estado, dos movimentos
sociais e da pobreza

Lutar é um direito!
Estão em curso inúmeros processos para impedir os trabalhadores, a juventude e os povos de lutarem por seus direitos. Na Europa, África, Estados Unidos ou Oriente Médio, o capital e seus governos intensificam a repressão aos que lutam por direitos sociais, emprego, educação, igualdade e liberdade.

No Brasil, a população que vive nas periferias e favelas sofre a repressão violenta e cotidiana de um Estado que criminaliza e assassina principalmente a juventude negra e pobre. Com as grandes obras do PAC e da copa do mundo, a remoção de populações em diversas cidades já tem se dado com brutal repressão.

Assassinatos de trabalhadores sem terra, extermínio de lideranças ambientalistas, repressão aos que lutam por moradia, como aconteceu no Pinheirinho e outras ocupações, buscam impedir a luta pela garantia dos direitos sociais básicos já conquistados.

Demissão de trabalhadores durante a greve na prefeitura de Fortaleza: demissão de dirigentes sindicais do Químicos de SJC, como perseguição aos metroviários do Distrito Federal; demissão de Joaquim da AmBev; julgamentos de ilegalidade de greves; processo contra Aldo Santos de São Bernardo; expulsão dos bombeiros e PMs do Rio de Janeiro e de outras cidades; tentativa de intimidação ao mandato da deputada Janira Rocha.

O direito de greve é atacado nas diversas categorias, do setor público e privado. E se dá de várias formas.
Seja no congresso nacional ou com demissões, interditos pr oibitórios e imposição de pesadas multas aos sindicatos, demonstrando uma escalada da criminalização neste período, mas sabemos que ela é parte da formação social brasileira.
Desde janeiro de 2012, por qualquer manifestação frente às agências do banco Itaú na Baixada Santista, o sindicato dos Bancários tem de pagar R$ 100 mil por dia e por agência.

Enquanto isso, o governo usa o dinheiro público para pagar bilhões aos bancos, grandes beneficiados pela política econômica.

Apesar da criminalização, os trabalhadores estão lutando. Diversas categorias foram à greve por suas reivindicações, indicando que não aceitam pagar a conta da crise.

E não nos calaremos diante da escalada autoritária do Esta do. Por isso, convidamos você, seus companheiros/as e suas entidades a participarem do Encontro Nacional de Lutadores e lutadoras Contra a Criminalização dos Movimentos Sociais e da Pobreza. Participe!

Click aqui para baixar a convocação do Encontro Nacional de Lutadores contra a repressão do estado, dos movimentos sociais e da pobreza
Click aqui para ver a programação do encontro o local e os hotéis

Não se deixar destruir. Não se deixar cooptar. Lutar sempre! Florestam Fernandes

terça-feira, 3 de abril de 2012

Marilena Chauí: Ditadura iniciou devastação da escola pública

2 DE ABRIL DE 2012 - 15H20
Violência repressiva, privatização e a reforma universitária que fez uma educação voltada à fabricação de mão-de-obra, são, na opinião da filósofa Marilena Chauí, professora aposentada da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, as cicatrizes da ditadura no ensino universitário do país.

Em conversa com a Rede Brasil Atual, Chauí relembrou as duras passagens do período e afirma não mais acreditar na escola como espaço de formação de pensamento crítico dos cidadãos, mas sim em outras formas de agrupamento, como nos movimentos sociais, movimentos populares, ONGs e em grupos que se formam com a rede de internet e nos partidos políticos.

Rede Brasil Atual: Quais foram os efeitos do regime autoritário e seus interesses ideológicos e econômicos sobre o processo educacional do Brasil?
Marilena Chauí: Vou dividir minha resposta sobre o peso da ditadura na educação em três aspectos. Primeiro: a violência repressiva que se abateu sobre os educadores nos três níveis, fundamental, médio e superior. As perseguições, cassações, as expulsões, as prisões, as torturas, mortes, desaparecimentos e exílios. Enfim, a devastação feita no campo dos educadores. Todos os que tinham ideias de esquerda ou progressistas foram sacrificados de uma maneira extremamente violenta.

Em segundo lugar, a privatização do ensino, que culmina agora no ensino superior, começou no ensino fundamental e médio. As verbas não vinham mais para a escola pública, ela foi definhando e no seu lugar surgiram ou se desenvolveram as escolas privadas. Eu pertenço a uma geração que olhava com superioridade e desprezo para a escola particular, porque ela era para quem ia pagar e não aguentava o tranco da verdadeira escola. Durante a ditadura, houve um processo de privatização, que inverte isso e faz com que se considere que a escola particular é que tem um ensino melhor. A escola pública foi devastada, física e pedagogicamente, desconsiderada e desvalorizada.

Rede Brasil Atual: E o terceiro aspecto?
MC: A reforma universitária. A ditadura introduziu um programa conhecido como MEC-Usaid, pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, para a América Latina toda. Ele foi bloqueado durante o início dos anos 1960 por todos os movimentos de esquerda no continente, e depois a ditadura o implantou. Essa implantação consistiu em destruir a figura do curso com multiplicidade de disciplinas, que o estudante decidia fazer no ritmo dele, do modo que ele pudesse, segundo o critério estabelecido pela sua faculdade.

Os cursos se tornaram sequenciais. Foi estabelecido o prazo mínimo para completar o curso. Houve a departamentalização, mas com a criação da figura do conselho de departamento, o que significava que um pequeno grupo de professores tinha o controle sobre a totalidade do departamento e sobre as decisões. Então você tem centralização.

Foi dado ao curso superior uma característica de curso secundário, que hoje chamamos de ensino médio, que é a sequência das disciplinas e essa ideia violenta dos créditos. Além disso, eles inventaram a divisão entre matérias obrigatórias e matérias optativas. E, como não havia verba para contratação de novos professores, os professores tiveram que se multiplicar e dar vários cursos.

Rede Brasil Atual: Houve um comprometimento da inteligência?
MC: Exatamente. E os professores, como eram forçados a dar essas disciplinas, e os alunos, a cursá-las, para terem o número de créditos, elas eram chamadas de “optatórias e obrigativas”, porque não havia diferença entre elas. Depois houve a falta de verbas para laboratórios e bibliotecas, a devastação do patrimônio público, por uma política que visava exclusivamente a formação rápida de mão de obra dócil para o mercado.

Aí, criaram a chamada licenciatura curta, ou seja, você fazia um curso de graduação de dois anos e meio e tinha uma licenciatura para lecionar. Além disso, criaram a disciplina de educação moral e cívica, para todos os graus do ensino. Na universidade, havia professores que eram escalados para dar essa matéria, em todos os cursos, nas ciências duras, biológicas e humanas. A universidade que nós conhecemos hoje ainda é a universidade que a ditadura produziu.

Rede Brasil Atual: Essa transformação conceitual e curricular das universidade acabou sendo, nos anos 1960, em vários países, um dos combustíveis dos acontecimentos de 1968 em todo mundo.
MC: Foi, no mundo inteiro. Esse é o momento também em que há uma ampliação muito grande da rede privada de universidades, porque o apoio ideológico para a ditadura era dado pela classe média. Ela, do ponto de vista econômico, não produz capital, e do ponto de vista política, não tem poder. Seu poder é ideológico.

Então, a sustentação que ela deu fez com que o governo considerasse que precisava recompensá-la e mantê-la como apoiadora, e a recompensa foi garantir o diploma universitário para a classe média. Há esse barateamento do curso superior, para garantir o aumento do número de alunos da classe média para a obtenção do diploma. É a hora em que são introduzidas as empresas do vestibular, o vestibular unificado, que é um escândalo, e no qual surge a diferenciação entre a licenciatura e o bacharelato.

Foi uma coisa dramática, lutamos o que pudemos, fizemos a resistência máxima que era possível fazer, sob a censura e sob o terror do Estado, com o risco que se corria, porque nós éramos vigiados o tempo inteiro. Os jovens hoje não têm ideia do que era o terror que se abatia sobre nós. Você saía de casa para dar aula e não sabia se ia voltar, não sabia se ia ser preso, se ia ser morto, não sabia o que ia acontecer, nem você, nem os alunos, nem os outros colegas. Havia policiais dentro das salas de aula.

Rede Brasil Atual: Houve uma corrente muito forte na década de 60, composta por professores como Aziz Ab'Saber, Florestan Fernandes, Antonio Candido, Maria Vitória Benevides, a senhora, entre outros, que queria uma universidade mais integrada às demandas da comunidade. A senhor tem esperança de que isso volte a acontecer um dia?
MC: Foi simbólica a mudança da faculdade para o “pastus”, não é campus universitário, porque, naquela época, era longe de tudo: você ficava em um isolamento completo. A ideia era colocar a universidade fora da cidade e sem contato com ela. Fizeram isso em muitos lugares. Mas essa sua pergunta é muito complicada, porque tem de levar em consideração o que o neoliberalismo fez: a ideia de que a escola é uma formação rápida para a competição no mercado de trabalho. Então fazer uma universidade comprometida com o que se passa na realidade social e política se tornou uma tarefa muito árdua e difícil.

Rede Brasil Atual: Não há tempo para um conceito humanista de formação?
MC: É uma luta isolada de alguns, de estudantes e professores, mas não a tendência da universidade.

Rede Brasil Atual: Hoje, a esperança da formação do cidadão crítico está mais para as possibilidades de ajustes curriculares no ensino fundamental e médio? Ou até nesses níveis a educação formal estará comprometida com a produção de cabeças e mãos para o mercado?
MC: Na escola, isso, a formação do cidadão crítico, não vai acontecer. Você pode ter essa expectativa em outras formas de agrupamento, nos movimentos sociais, nos movimentos populares, nas ONGs, nos grupos que se formam com a rede de internet e nos partidos políticos. Na escola, em cima e em baixo, não. Você tem bolsões, mas não como uma tendência da escola.

Fonte: Rede Brasil Atual

segunda-feira, 2 de abril de 2012

SINDICATO DOS TRABALHADORES DO SERVIÇO PÚBLICO MUNICIPAL DE SALTO

Ao Ilmo. Senhor
Presidente do SECOM

Nós, trabalhadores do serviço público de Salto, vimos por esta, solicitar o apoio e a solidariedade do senhor e da Entidade que representa.
Desde o dia 12 de março os servidores municipais de Salto se encontram em greve. O direito constitucional à greve é o último recurso que os trabalhadores e a direção sindical utilizam para defender seus direitos ou conquistar suas reivindicações.
O fato de o governo municipal ter fechado as portas para as negociações e ao ser novamente requerido não apresentar nenhuma contra proposta, têm sido determinantes para a manutenção da greve, que conta com a participação massiva dos trabalhadores, bem como a solidariedade da população saltense.
Empenhamos aqui nosso compromisso com o serviço público e com a população, porém nossa luta soma-se a todos aqueles que resistem aos ataques e retiradas de direitos dos trabalhadores. Repudiamos as perseguições e ameaças políticas que os autoritários lançam mão nesse momento.
Reivindicamos 20% de reajuste porque o salário médio de nossa categoria gira em torno de R$622,00 bruto. Para conseguir sobreviver com suas famílias, a grande maioria se mata de fazer horas extras, quando ficam doentes ou afastados por qualquer motivo além de perder a cesta básica, voltam os salários ao básico, tornando praticamente impossível sobreviver. Ao longo dos sete anos do atual governo, acumulamos 48,8% de perdas de acordo com o aumento da arrecadação do Município, que hoje conta com um Superávit em torno de 14 milhões, além de uma margem de 14,95% de acordo com a LRF. O impacto de um reajuste justo para os servidores seria em torno de 4 milhões já com os encargos sociais inclusos. Para alguns cargos de confiança e promotores públicos foram concedidos 80% de reajuste, já para outros segmentos de servidores públicos concursados transformou-os em comissionados para agraciá-los com reajuste de até R$500,00 e o Plano de Cargos e Salários com evolução interna o reajuste só foi praticado para a Guarda Municipal que, mesmo assim apenas parte deles tiveram seus salários reajustados. Os demais padecem as conseqüências do arrocho salarial, dos boatos esparramados principalmente pelo próprio prefeito de proibição para não conceder reajuste, com alegações que não procedem, no entanto são utilizados na tentativa de justificar a intransigência do Sr. Prefeito e sua equipe que resolveram ignorar as reivindicações dos trabalhadores, inclusive, grande maioria mulheres. Como se isso não bastasse, contrata terceiros para substituir os grevistas com os mesmos recursos que poderiam ser utilizados para reajustar os servidores em questão, como também vem gastando horrores com propagandas de rua contra os trabalhadores do setor público em greve.
Conclamamos aos senhores que intercedam junto ao governo municipal para que reabra, imediatamente, negociações com o sindicato, Entidade legítima para representar os trabalhadores.
Que o exemplo dos lutadores e lutadoras saltenses ecoe junto aos explorados e oprimidos
Certos de sermos prontamente atendidos, desde já agradeceram e aguardaram manifestações por parte de V.S.a.
Atenciosamente,
JOSÉ ANTONIO GIOBOM
Presidente do SINDSALTO
Contato 11 40211762
servidoresindependentes@hotmail.com

Já faz quase uma década que me percebi socialista...

"Se você treme de indignação perante uma injustiça no mundo, então somos companheiros." (Che Guevara).

Já faz quase uma década que me percebi socialista, desde o ensino médio, nos debates na sala de aula, acompanhados de muitos outros amigos que me ensinaram, me apoiaram e me incentivaram a batalhar, cada dia mais, em busca de um lugar mais igualitário pra se viver.

Muitas vezes incompreendido, reprimido, boicotado por professores e por diretores de escola pública, sempre com uma marca na testa, um “x”, igual aqueles bandidos do faroeste: “procura-se”.
Não é fácil romper a lógica do conformismo, debruçar-se nas lamúrias de um sistema educacional ineficiente e falido, que cria mão-de-obra barata pra ser explorada no comércio, no campo ou nas indústrias.

Essa é a realidade em que eu vivi. Amigos considerados notáveis, hoje são encontrados prestando os piores serviços, como empregado ganhando salários de fome que mal dá pra manter sua própria família. Assim, criam-se meros trabalhadores, e não pensadores. Isso interessa para o sistema. E não me sinto honrado, ao contrário, tenho extrema tristeza por saber que nem 5% dos colegas que tive na escola conseguiram cursar uma faculdade.

Dentro dessas inconformidades que me enebriavam, surgiu alguém para canalizar o discurso, direcionar a ideologia, o qual hoje é meu amigo pessoal, daqueles de tomar cerveja juntos, e, mesmo quase oito anos após ter sido seu aluno, ainda lutamos juntos pelo mesmo intento, na mesma trincheira: Professor Geraldo César, qual devo muito do que hoje sou ideologicamente.

Ademais, logo veio a faculdade de direito e a sua fábrica de formar conservadores, resultado: outras discordâncias, debates e discussões. Era eu mais uma vez rompendo a lógica, estando onde não podia estar.

O curso me aproximou ainda mais das questões sociais, além de amizades que adquiri fora do meio universitário, com ferrenhos militantes do PSOL atual como a Professora Carla, o Filósofo Gilson e o próprio Professor Geraldo, além de outros iguais, quais se viram na nossa luta (Vitor Oliveira, Tchelo Henrique, Diego Barros, Dri Trípoli, Eduardo Codorna Prando, entre outros), quebramos a ordem dessa pacata cidade interiorana, conservadora por si só, resultado: Processo-Crime, perseguição e discussões.


Mas isso não serviu de desânimo, ao contrário me mostrou que cada dia estava trilhando o caminho correto, o caminho ideológico. Aí, participação no 1º de maio da praça da sé mobilizado pela frente de esquerda, realização de abaixo assinado em prol do limite da aquisição da propriedade rural, formulação do DCE do IIES (ainda em construção), apoio a lutas municipais como o MST, panfletagens etc.

Nesse contexto, acabei sendo chamado pra participar de um programa de debates na rádio difusora transamérica, onde fazia semanalmente inserções discutindo assuntos de relevância, como aborto, criminalização de movimentos sociais, descriminalização da maconha, casamento entre homossexuais e inúmeros outros, quais me renderam notoriedade para participar do principal programa da emissora, sempre debatendo sobre política e mostrando a realidade dos mais humildes, por deveras subjulgados em prol desse sistema segregador que vivemos.

E numa dessas participações conheci um senhor franzino de apelido “Dudu”, simples por natureza, qual andava com um caderninho e uma sacola cheia de livros de esquerda. O tal “Dudu” na verdade era o Eduardo Cupervino, militante histórico que ajudou a fundar o PT no ABC e conhecia as grandes referências de esquerda do país como Plínio de Arruda Sampaio, Ivan Valente, entre outros.

O tal Dudu era assentado do MST “Carlos Lamarca” situado na divisa entre Itapetininga e Sarapuí, qual tive a honra de desfrutar de sua companhia lá na propriedade que havia sido desapropriada pelo Estado e cedida ao movimento dos sem terra. Pude constatar ainda mais que a Reforma Agrária é medida urgente, o que me motivou a escrever sobre “o acesso a terra como um direito humano fundamental” na monografia do curso de direito.

Debatia horas e horas com uma pessoa tão simples, mas que guardava dentro de si o que há de melhor no ser humano: senso de coletividade. Marcamos muitas conversas sobre conjuntura, em qualquer lugar, em qualquer calçada.
Até que um dia o Dudu me ligou e disse que precisava marcar uma hora comigo.

Combinamos um determinado lugar e o levei até meu escritório na época. Foram cinco horas de debates ideológicos e, pra ser sincero, fiquei meio intrigado do porquê daquela conversa ser tão necessária ao ponto de ser urgente.
No final do diálogo relatei a dificuldade de se fazer política em Itapetininga/SP, historicamente comandada por meia dúzia de famílias que se aproveitam pra enriquecer e dominar cada vez mais os pobres. Mostrei-me debilitado ideologicamente, até que ele veio com a frase que até hoje me arrebata: “Menino, não desiste, não... Faz 40 anos que eu procuro alguém como você. Não desista!”
Não posso negar que aquilo me reanimou, mas fiquei surpreso com a forma como foi dita.

Três dias depois dessa conversa fico sabendo que o “Dudu”, a pessoa mais ideológica que conheci até hoje na vida, grandioso por si, havia falecido por uma complicação de diabetes. Um infarto fulminante.

Chorei como se tivesse morrido um parente próximo, um irmão, um pai, a dor se igualava. Por dias não consegui compreender – como até hoje não consigo – o porquê de ele me ter dito aquelas palavras e pouco depois morrer. Sinto-me órfão dos seus conselhos, mesmo o conhecendo por tão pouco tempo. Foram as horas mais valiosas da minha vida, horas em que ouvi um homem dizer que a terra não é dele, é de todos, em que a solidariedade pulsava nas suas palavras, ao ponto de dizer que qualquer um poderia construir no chão que ele ganhou do Estado, no projeto de Reforma Agrária, e que o dinheiro de fomento que o INCRA queria lhe dar, fora rejeitado sumariamente, pois ele já tinha conseguido o que tanto sonhava: um chão de terra pra plantar, não precisava de dinheiro do governo!
E ele precisava do dinheiro, e muito, morava num casebre, era aposentado com um salário mínimo, mas tinha o que hoje ninguém tem e repito: SENSO DE COLETIVIDADE!

Foi o homem mais digno que conheci e, por ele, eu não poderia abandonar a luta. Não poderia abandonar o que já havia semeado na época do ensino médio.

Nesse contexto, surgiu o PSOL, depois de uma reunião com o Diretório de Angatuba/SP, conheci Aldo Santos, membro da direção executiva do partido e militante histórico de São Bernardo do Campo, tendo sido, inclusive, candidato a vice-governador do Estado pelo partido.

Confabulei a ele que Itapetininga necessitava do PSOL, necessitava de seriedade e compromisso com a classe trabalhadora, com o social, um PSOL para alavancar e ser a voz das minorias.

Ele sempre solícito aceitou meu convite e marcamos a reunião aqui na cidade, onde foi fundada a reorganização do Partido com a formação de uma comissão provisória e, consequentemente, uma direção.

Fui o Coordenador dessa comissão e desde setembro do ano passado venho lutando pra embutir o nome do PSOL na Sociedade Itapetiningana, para que o Partido se situe dentro de uma coletividade de ações não eleitoreiras visando a construção de uma base sólida, de um conglomerado de pessoas participativas e organizadas, nem que para isso eu me privasse de trabalho, estudo e dinheiro. Era por amor. Por isso, descubra o que ama e isso fará toda a diferença.

De lá pra cá, até a data de hoje, 31 de março de 2012, foram várias participações na TVI (99 NET) e Difusora Transamérica, além do jornal correio de Itapetininga, sempre relatando assuntos pouco explorados pela elite dominante e que, sem sombra de dúvidas, contribuiu para que o PSOL seja visto como uma realidade e não apenas como um sonho.

Nessa toada de espírito coletivo, bem como a fundamental ajuda de todos os companheiros que compõe o Partido aqui em Itapetininga (Fernando Henrique dos Santos, Vitor Oliveira, Vitor Gaviões, Geraldo César, Raquel Rocha de Camargo, Vinícius Mori Válio) é que conseguimos fundar o Diretório Municipal, em pleno funcionamento e pronto para qualquer embate ideológico.

E assim – e por derradeiro – nesse singelo contexto de lutas e realidades, graças ao descrédito da política, mesmo muitas vezes abatido com as dúvidas, cobranças, críticas que surgem até do nosso próprio lar, até dos próximos, é que, com muita honra e com muito empenho, presidirei o Psol Diretório Itapetininga pelos próximos dois anos, buscando mostrar uma alternativa razoável a essa podridão que tanto enoja os cidadãos de bem.

Tentaremos - como grupo que somos e de forma democrática como o Partido se apresenta – alicerçar as bases e fortalecer a esperança tão desacreditada de um povo que anseia, berra a altos brados por socorro, por consideração, por comida, por amor.
Obrigado a todos os filiados pela confiança, porque onde tem gente lutando por uma sociedade melhor, pode ter certeza, aí tem PSOL.

Consigne-se que o Diretório se chama, como não podia deixar de ser: Eduardo Cupervino.

Att.

Gustavo Gurgel
Presidente do PSOL de Itapetininga

“Depois de procelosa tempestade,
Sombria noite e sibilante vento,
Traz a noite intensa claridade,
Esperança de porto e salvamento.”
(Camões