quarta-feira, 23 de setembro de 2009

OS PETUCANOS DA EDUCAÇÃO




Se já estava difícil enfrentar os ataques neoliberais do tucanato que se apoderou de vários governos e da Presidência da República, através do sociólogo Fernando Henrique Cardoso e do Ministro da educação Paulo Renato, concomitantemente, entra em cena o PT, PCdoB e agregados, numa frente comum de ataques aos educadores, protagonizando um explícito desmonte da educação pública brasileira.
Esse alinhamento do atual governo contou com o apoio direto de entidades do magistério, a exemplo da Direção majoritária da APEOESP, através de sua presidenta que votou favorável as mudanças refutadas e até já abandonadas pelo governo tucano, revividas agora, pelo ministro Haddad.
Com o título : “MEC dá o tiro de misericórdia na escola pública média”, (publicado na revista verdade - setembro de 2009), o filósofo Paulo Ghiraldelli desfere criticas ácidas e contundentes sobre as recentes mudanças aprovadas pelo governo federal, capitaneado por Fernando Haddad, MEC e CNE.
“A escola foi o nosso orgulho no passado. Éramos um Brasil que iria ter futuro, quando olhávamos tal escola. Seus professores eram tão ou mais importantes que os das faculdades. Cada disciplina dava condição de se aprender realmente o que iria ser requisitado no inicio da faculdade, Isso foi assim, e só faz vinte ou trinta anos. Tornada profissionalizante pela LDBN de 1971 e, depois, conduzida a uma descaracterização total ao final do Regime Militar, ela nunca mais se recuperou. Oito anos de Governo FHC e, então, mais oito anos com Lula, e ela piorou. Finalmente encontrou-se a solução, típica de veterinário ruim: Sacrificá-la .”
No artigo ele ainda critica o pseudo pensamento de esquerda de Haddad, acusando-o ao mesmo tempo de flertar com Jarbas Passarinho.
A reforma federal institui os eixos temáticos, pondo fim às disciplinas. O artigo faz critica a orientação do PT, através do MEC e do atual Ministro e mais uma vez dispara:
“Um partido que um dia teve como Deputado Federal Florestan Fernandes, um intelectual que deu total privilégio às especializações na formação da licenciatura, pois é delas que nasce, bem mais tarde, a multidisciplinaridade, é agora derrotado pelo seu próprio partido. Que partido? Este PT aí, vendido que está aos setores empresariais.
Nem mesmo Paulo Freire, que era próximo de métodos escolanovistas, iria aprovar algo assim. Lembro-me bem de Paulo Freire, quando fui seu aluno, de como ele insistia nas linhas disciplinares, para que delas se pudesse ter o campo cultural mais complexo.”
A base do ataque desfechado por Lula e Haddad, se deu a partir do decreto 6094/07(PDE), onde aponta as diretrizes nacionais da educação, que nos Estados são implementadas pelos governadores, implantando e operando políticas comuns de total descaracterização da nossa profissão, estabelecendo outros paradigmas que confrontam com uma escola pública de qualidade gratuita e laica.
Para entender o PDE, basta refletir sobre as leis implementadas no estado de São Paulo pelo governo Serra (laboratório Tucano das linhas educacionais brasileiras), como a lei 1.041/08, restringindo as faltas médicas, além da prova para os OFAs e todo tipo de ataques contidos nas recentes leis aprovadas na Assembléia Legislativa paulista.
Conceitos como: mérito, avaliação de desempenho, estágio probatório, nomeação e atribuição de aulas pelo diretor, esvaziamento do Conselho de Escola, além do arrocho salarial, tudo condicionado a avaliação seletiva e discriminatória, embasam e alinham os discursos nas diversas esferas de governo para o campo educacional.
Aprofundando os ataques, o saco de maldades, ou uma espécie de caixa de pandora educacional, onde sequer a esperança restou, Haddad retoma as teses de FHC, cujo representante foi o Ministro da Educação Paulo Renato de 1994 a 2002, numa “sintonia” direta com Rose Neubauer, Secretária da Educação de São Paulo no governo Covas.
Na ocasião, os professores deflagraram uma grande greve contra essas medidas, derrotando o governo e destituindo a dama de ferro da educação estadual.
Nesse período já denunciávamos essa maldita aliança do Petucanato. Hoje caiu à máscara e o Pacto de classe foi desnudado.
No dia 30 de junho do corrente ano, o Conselho Nacional de Educação (CNE), aprovou sem restrição ou voto contrário as medidas complementares como o fim das disciplinas, a instituição das áreas do conhecimento, com a figura do professor polivalente, e o conseqüente enxugamento da máquina pública, abrindo caminho para a demissão de milhares de professores, piorando ainda mais o nível de ensino na rede pública brasileira.
Essas medidas ainda prevêem que 20% das aulas poderão ser dadas por ONGs, fundações e instituições privadas. Medidas chamadas de “Inovadoras”, segundo os representantes do CNE foram aprovadas com o voto de “louvor” da presidenta da APEOESP, Maria Izabel , respaldado ainda pelo apoio da CNTE, CTB, CUT.
O resultado imediato é o “esvaziamento do EJA e do período noturno”, conforme destaca boletim da Oposição Alternativa (Setembro de 2009).
Resta mais uma vez a ação direta dos professores para por fim a esses ataques aos quais estamos submetidos, em nível federal, pelas resoluções mencionadas. Em nível estadual, Serra e Paulo Renato no limite reproduzem as normatizações nacionais previstas no PDE e agora nas medidas complementares aprovadas pelo CNE. Em nível municipal, o prefeito Marinho do PT de SBC e outros como, Osasco, Diadema, Santa Isabel, inseriram em seus planos de governo o compromisso eleitoral da municipalização de ensino, corroborando assim para precarizar , demitir e dificultar a vida dos educadores e educandos do ensino público estadual.
Por fim, retomamos as reflexões do filósofo Paulo Ghiraldelli que acrescenta no final do artigo mencionado:
“Minha única vingança contra esses abutres: novo capítulo para novos livros em filosofia e história da educação, dando nome aos responsáveis e culpados por esse tiro fatal na escola média pública, por essa falcatrua. Podem fazer o mal feito, corvos, mas, pela história, ficarão gravados como os que solaparam nosso ensino estatal”.
Mais uma vez se faz necessário o levante dos educadores contra essas medidas sinistras aplicadas contra os educadores brasileiros .
No estado de São Paulo, existe um agravante, pois, a direção majoritária da APEOESP está mancomunada com Paulo Ranato, pois os projetos são idênticos, e as alianças educacionais são comuns.


Lutar é preciso!!!

Aldo Santos
Sindicalista, Coordenador da corrente política TLS, Membro da Executiva Estadual e presidente do Psol em SBC.(20/09/09)

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

A EDUCAÇÃO ABANDONADA

Como se não bastasse a gripe suína (H1N1) que tem provocado mortes e terror em grande parte da população mundial, ainda nos deparamos com outras preocupações em relação à saúde pública, que exige por parte das autoridades sanitárias, medidas urgentes e esclarecedoras sobre os riscos ou não de dessas e outras doenças.
Uma escola via de regra é um espaço de aglomeração de pessoas e poderá também se transformar num foco permanente de contaminação entre os estudantes .
Escola onde freqüentemente falta água, como é o caso da Unidade escolar , Palmira Gracioto, poderá colocar em risco a saúde dos estudantes e dos trabalhadores em educação , que estão submetidos as condições higiênicas inadequadas.
Além de falta d’água, a quadra esta comprometida e descoberta e ainda falta funcionários .
Há décadas, uma mina d’água desafia a engenharia do Estado que não consegue drená-la e a água escorre por entre os alunos no portão da entrada da referida unidade escolar.
Será por que a escola esta instalada na periferia da cidade?
A Sabesp, o governo , o município , bem como a diretoria de ensino tem conhecimento desse problema que até hoje não foi resolvido.
Outra preocupação é o que vem ocorrendo na Escola Pedra de Carvalho onde dois alunos estão com meningite e não sabemos se existe ou não perigo de contágio entre os alunos .
Até o momento, a vigilância sanitária não esclareceu para o conjunto dos estudantes e corpo docente os eventuais riscos sobre tal fato. Apelamos para as autoridades competentes que haja transparência em relação a esses episódios e que a população envolvida possa ser devidamente esclarecida por parte desses “responsáveis” .
É urgente que se assegure as reais condições de trabalho aos educadores, funcionários , alunos e país de alunos , bem como, o Estado resolva urgentemente os problemas existentes na Escola Estadual Palmira Gracioto no Parque São Bernardo.
Seguramente, problemas é o que não falta nas unidades educacionais do Estado de São Paulo.

Educar é cuidar e esclarecer !!!
Aldo Santos.
Sindicalista, membro da Executiva Estadual e presidente do Psol de Sbcampo.(17/09/09)